sábado, 3 de maio de 2008

*** CONTAGEM DE ÔMER ***


3ª SEMANA - TIFÉRET



A terceira semana da Contagem do Ômer é regida por Tiféret (Beleza), a sefirá que regula os fluxos de energia de Chessed (Misericórdia) e Guevurá (Julgamento), convertendo os desejos de compartilhar e de receber em desejo de receber para compartilhar. Por isso, algumas de suas virtudes tendem para um movimento expansivo, como a Beleza, e outro para o movimento de contração, como a Restrição. A Kavaná é um outro aspecto de Tiféret e significa a atenção, a concentração, o foco que não nos deve faltar em nenhum momento. Um grande equívoco é confundir o equilíbrio de Tiféret com estagnação, uma grande arma das forças assediadoras para impedir o nosso crescimento espiritual. Quando desejamos uma vida ‘tranqüila’, longe de tudo, em uma casinha branca, sem nenhum problema, estamos desejando o congelamento, a estagnação, a falta de restrição em nossas vidas. E Restrição é fundamental para o nosso crescimento. O verdadeiro equilíbrio de Tiféret faz com que nós deixemos de ser tão afetados pelos obstáculos da vida e consigamos assim, perceber a Luz que existe por trás deles. Tiféret é o coração da Árvore da Vida. Entre seus atributos, temos a compaixão, que evoca a visão da eqüidade.

Yaacov é o patriarca de Tiféret. De Yaacov são geradas as 12 Tribos de Israel.




30 de Nissan

a partir das 18h de 04/05/2008 às 18h de 05/05/2008

Chessed de Tiféret – ROSH CHODESH

HA-YOM CHAMI-SHA ASAR YOM, SHEHEM SH'NE SHAVUOT V'YOM ECHAD LA-OMER

Hoje é dia 15, ou seja, duas semanas e um dia da Contagem do Ômer


Meditação: Compartilhando a Beleza. Tiféret, entre outras coisas, se refere à emoção gerada pelo contato do Belo com o Sagrado. Isto ocorre, principalmente, quando conseguimos perceber a presença de Hashem em todas as coisas, sendo Chessed a representação do que nos aproxima Dele. A Beleza de Tiféret não deve ser limitada por padrões estéticos, até porque eles são relativos e dizem respeito apenas aos nossos sentidos. A Beleza de Tiféret, antes de qualquer outra coisa, é despertada por algo que toca a nossa alma. Outro aspecto importante é compartilhar essa consciência, incentivando as outras pessoas a trazerem mais Beleza para sua vida. Um ato de ajuda e caridade feito de forma bela santifica-o e o torna mais luminoso. Procure difundir esta percepção em todas suas as ações, permitindo que a Luz o preencha por completo.

Exercício: Quando foi a última vez que você se emocionou com a leitura de um Salmo, celebrando um Shabat? O que verdadeiramente o tocou? É possível determinar o que desperta esta emoção? É possível determinar o que exatamente faz o seu coração arder? Durante o meu dia-a-dia consigo incentivar as pessoas a aplicarem mais Beleza ao seu cotidiano?



1 de Iyar – Guevurá de Tiféret

a partir das 18h de 05/05/2008 às 18h de 06/05/2008

ROSH CHODESH

HA-YOM SHI-SHA ASAR YOM, SHEHEM SH'NE SHAVUOT USHNE YAMIM LA-OMER

Hoje é dia 16, ou seja, duas semanas e dois dias da Contagem do Ômer

Meditação: Disciplina na Restrição. A impulsividade e reatividade refletem o mesmo problema: agir sem pensar. Quando damos conta, já fizemos. A meditação deste dia nos ensina, entre outras coisas, que é preciso ter uma certa disciplina para não falharmos pelo excesso. É preciso ter a medida certa do quanto se deve envolver em determinado assunto. O arrebatamento sem uma dose de julgamento pode ser perigoso. Devemos remover várias clipót ( ‘cascas’), para percebermos isso. Mas não estamos devidamente preparados para que elas simplesmente sumam de uma hora para outra. A Disciplina faz parte de um trabalho gradual. A Restrição de Tiféret traz, assim, o aspecto do cumprimento das mitzvot. As mitzvot são conexões com a Luz, presentes na Torá, que devemos praticar no nosso dia-a-dia. Cada vez que praticamos uma mitzvá trazemos mais Luz para nós e para quem nos cerca. Por isso é necessário que façamos com disciplina, de forma contínua e organizada, não somente quando queremos ou precisamos. É comum que nós passemos a cumprir várias mitzvót após os momentos difíceis de nossas vidas e quando nos estabilizamos, deixamos isto para segundo plano.

Exercício: “Tenho disciplina suficiente para cumprir as mitzvót? Dedico parte de meu tempo a elas?” Tente introduzir, aos poucos, as mitzvót no seu cotidiano. Caso você já pratique alguma, tente introduzir novas mitzvót.



2 de Iyar

a partir das 18h de 06/05/2008 às 18h de 07/05/2008

Tiféret de Tiféret

HA-YOM SHIVA ASAR YOM, SHEHEM SH'NÊ SHAVUOT U'SHELOSHA YAMIM LA-OMER

Hoje é dia 17, ou seja, duas semanas e três dias da Contagem do Ômer

Meditação: Kavaná no cumprimento das mitzvót. Como encontrar o ponto de equilíbrio em nossas vidas? A dificuldade, na maioria das vezes, está na falta de Kavaná (‘foco’, ‘concentração’ ou ‘atenção’), pois a vida é um terreno pelo qual não podemos atravessar distraídos. Depois que passamos a cumprir as mitzvot, corremos o sério risco, com o tempo, de cairmos no processo robótico, repetindo-as sem prestar atenção em seu significado. Quando passamos a agir sem consciência, nos tornamos vulneráveis e desprevenidos, abrindo espaço para as forças assediadoras. As mitzvót também necessitam de muita Kavaná, pois são conexões que têm como um dos principais objetivos tomar consciência do momento presente. Cumprir as mitzvot sem Kavaná não surte efeito. Ao percebermos que perdemos o foco, devemos fazê-las de novo, com mais atenção e beleza. Maimônides aconselhava a pessoa irada a buscar o pacificador dentro de si e o miserável a doar mais do que poderia, por mais que isso contrariasse a lógica. Para ilustrar, Maimônides falava de uma pessoa que caminhava por uma ponte muito estreita e que jogava o peso do corpo para um lado assim que percebia estar tombando para o outro, de modo a compensar o desequilíbrio.

Exercício: Reflita em como o conselho de Maimônides se aplica em diferentes áreas de sua vida, desenvolvendo ou despertando aquilo que precisa funcionar como contrapeso em sua travessia pela ponte estreita. Analise também como você está cumprindo as mitzvot? Com consciência ou de forma mecânica? Isso acontece em outras áreas da sua vida? Ao cumprir uma mitzvá lembre-se da primeira vez que a fez e de toda atenção que dedicou a ela.



3 de Iyar

a partir das 18h de 07/05/2008 às 18h de 08/05/2008

Netzach de Tiféret

HA-YOM SHEMONAH ASAR YOM, SHEHEM SH'NÊ SHAVUOT V'ARBA-A YAMIM LA-OMER

Hoje é dia 18, ou seja, duas semanas e quatro dias da Contagem do Ômer

Meditação: Perseverança na Beleza. Conservar a Beleza ou a percepção da beleza é um desafio. Com o passar do tempo tendemos a nos acostumar com as coisas ou tornar o nosso comportamento robótico, de modo que não nos impressionamos mais com a Beleza de algo visto inúmeras vezes ou já não somos tão dedicados a uma atividade que se repete todos os dias. O verdadeiro mérito está em conseguir aplicar a Beleza na correria do dia-a-dia, na nossa rotina e em coisas que não nos interessam. Dessa forma poderemos transformar maldições em Bênçãos.

Exercício: Avalie suas práticas espirituais, seus relacionamentos, seu trabalho e pense como renovar estas experiências em sua vida, resgatando a alegria, a surpresa, a curiosidade e a possibilidade de aprendizado. Faça com que cada atitude do seu dia-a-dia, da mais comum a mais complicada, se torne algo Sagrado.



4 de Iyar – Hod de Tiféret

a partir das 18h de 08/05/2008 às 18h de 09/05/2008

Hod de Tiféret07

HA-YOM TISHA ASAR YOM, SHEHEM SH'NE SHAVUOT VA'CHAMISHA YAMIM LA-OMER

Hoje é dia 19, ou seja, 2 semanas e 5 dias da Contagem do Ômer

Meditação: Refinamento na Restrição. Hod de Tiféret, a reflexão da Contagem do Ômer desta noite, fala de Gratidão. A Gratidão nasce do reconhecimento de que a Verdade está por trás de todas as coisas, de que tudo tem uma razão de ser, tanto as facilidades quanto as dificuldades. É muito comum desejarmos uma vida sem dificuldades, sem restrições. O fato é que, as restrições, na maioria das vezes, são as grandes responsáveis pelo nosso refinamento pessoal. O Refinamento vem através da Restrição e quanto maior o refinamento espiritual de uma pessoa, mais ela consegue vencer os obstáculos e assimilar os ensinamentos que eles contêm. Devemos sempre procurar nos tornarmos pessoas melhores e não ficarmos estagnados. A busca pelo refinamento deve ser um incentivo para não desanimarmos diante das restrições de nossa vida. A Restrições sempre existirá, o que pode mudar é a maneira como nós agimos diante delas e o efeito que elas têm sobre nós.

Exercício: Medite todas as manhãs, antes mesmo de sair da cama, no significado do Modê Ani, a primeira oração que fazemos ao despertar. "Eu agradeço a Hashem, por me dar outro dia e outra oportunidade de usá-lo com sabedoria” (tradução não literal). Perceba que o que nos contraria, as ‘maldições’, nada mais são do que Bênçãos disfarçadas.




5 de Iyar

a partir das 18h de 09/05/2008 às 18h de 10/05/2008

Yessod de Tiféret

HA-YOM ESRIM YOM, SHEHEM SH'NÊ SHAVUOT V'SHI-SHA YAMIM LA-OMER

Hoje é dia 20, ou seja, duas semanas e seis dias da Contagem do Ômer


Meditação: Fundamento na Beleza e Verdade na Restrição. Já foi sugerido, ao longo dessa semana, que as pessoas não se limitassem à percepção estética da Beleza, afinal, esse atributo de Tiféret não pode ser percebido pelos sentidos, mas sim pela alma. A Beleza de Tiféret toca a alma porque está comprometida com algo muito maior. Logo, quando queremos promover o belo em nossas vidas devemos comprometer nossas ações com um propósito elevado. Algumas pessoas dirão que não há nada de elevado no trabalho do dia-a-dia, no pagamento de contas e na resolução de problemas comuns, como a manutenção de um carro ou a limpeza da geladeira. Mas a visão do cabalista vai além: ele sabe que a realidade é maior do que conseguimos perceber; e mais importante, ela não é real em si mesma - tudo é Luz Espiritual. Por isso é importante procurarmos descobrir o que Hashem quer de nós. Dessa forma, estaremos sendo verdadeiros com nós mesmos. Essa Verdade também deve estar presente nos momentos de Restrição, pois devemos ter a real consciência de que nós somos os verdadeiros responsáveis pelos nossos obstáculos, e quais foram os reais motivos que nos fizeram construí-los. Devemos dedicar o nosso dia e tudo o que fazemos a Hashem. Quando nos colocamos com esta perspectiva não só buscamos sempre dar o melhor de nós mesmos como evitamos, automaticamente, qualquer forma de iniqüidade ou manifestações do ego.

Exercício: Experimente dedicar o dia de hoje a Hashem, de todo o coração e, como ensinavam os sábios da Cabalá, faça do mundo uma moradia confortável para a Luz. Dedique cada uma de suas refeições (principalmente a que você prepara), o seu trabalho e/ou estudo, seu diálogo com amigos, parentes, desconhecidos e desafetos e, obviamente, suas mitzvot, à recepção da Luz no mundo físico. Isso vai exigir de você muita atenção, mas vai ser extremamente recompensador. Estenda esta consciência para os dias seguintes.




6 de Iyar

a partir das 18h de 10/05/2008 às 18h de 11/05/2008

Malchut de Tiféret

HAYOM E-CHAD V'ESRIM YOM, SHEHEM SHLOSHA SHAVUOT LA-OMER

Hoje é dia 21, ou seja, três semanas da Contagem do Ômer

Meditação: A Humildade na Beleza. Depois de muita análise sobre os aspectos de Tiféret, vem o momento mais importante: a prática. Concretizar a Beleza, a Restrição, o equilíbrio entre os pilares e o senso de medida, é trazer estes aspectos para o nosso cotidiano e tornar a nossa vida mais bela. Tiféret muita vezes identifica o estado ideal de alguma coisa, o seu ponto de equilíbrio, mas, como já foi dito anteriormente, o equilíbrio de Tiféret não é estático, estagnado. Ao contrário, é dinâmico, um tsimtsum constante: há momentos de investimento e de construção (Chessed); mas há também momentos de contração, de remoção dos excessos (Guevurá), o que abrirá espaço para novas manifestações. Quando conseguimos esse senso de medida, devemos manter sempre a Humildade, reconhecendo que essa aptidão é de Hashem e não nossa. A Humildade também está em ver a Beleza no próximo e nas coisas simples da vida.

Exercício: A meditação desta noite tem por propósito a renovação de nossos objetivos. O estado de conforto e segurança pode gerar a acomodação, e é sempre prejudicial para o cabalista. Se você alcançou alguma meta, estabeleça outra, comece tudo de novo ou vá além. Procure descobrir a Beleza que existe em todas as coisas e perceba quantos milagres acontecem na nossa vida.



Fique na Luz Divina !!!

domingo, 27 de abril de 2008

*** A CABALA E O SINAL DA CRUZ ***


Abaixo segue um texto muito interessante que trata dos aspectos esotéricos e simbólicos do Sinal da Cruz.
Vai na linha de desmistificar teosoficamente as coisas mais básicas do cristianismo, desvelando muitas superstições que ainda são tão presentes na alma do povo brasileiro.
Também aborda algumas questões bastante ocultas.
Quanto à questão da profanação, da citação de Eliphas Leví por HPB, no texto, entendo que isto significa, em princípio, que as profanações do gnosticismo foram feitas precisamente pela "igreja praticante", isto é, o gnosticismo autêntico e primitivo, foi profanado.
Como um exercício meditativo, sugiro que façam algumas vezes este sinal da cruz filosófico, cabalístico e meditativo, voltado para o Leste.
E observem atentamente os resultados internos.

A Teosofia do Sinal da Cruz

O Significado Universal de um Velho Símbolo Cristão



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Um diamante não perde seu significado, ou seu valor, por estar enterrado no solo e no barro: tampouco o ouro ou qualquer pedra preciosa. Assim, o fato de que algo bom seja esquecido ou ignorado não pode diminuir o seu valor: ao contrário, torna-o ainda mais valioso.

O mesmo ocorre com a sabedoria antiga e a filosofia esotérica, que ainda hoje dormem, em um berço nem sempre esplêndido, sob a superficie rotineira dos dogmas cristãos da idade média. Existe, por exemplo, uma versão esotérica, rara e esquecida da oração “Pai Nosso”, e ela foi publicada por H. P. Blavatsky no século
Vamos abordar agora o significado esotérico e profundo de outro elemento cotidiano da cristandade: o sinal da cruz. Há séculos ele tem sido usado em todo o mundo. Na verdade, ele tem origem cabalística e possui um significado amplo, filosófico, livre de qualquer relação com crenças supersticiosas.

Em “Ísis Sem Véu” – uma das duas obras monumentais da filosofia esotérica – H.P.Blavatsky mostra em detalhes o processo pelo qual o cristianismo de Roma apropriou-se dos antigos conhecimentos das tradições “pagãs” de sabedoria e, em seguida, passou a perseguir estas mesmas tradições (inclusive a tradição judaica), destruindo suas obras escritas e matando os seus mestres e alunos. Item por item, H.P.B. vai demonstrando que a teologia romana cristã é, na verdade,“pagã”.

Ela escreve:

“Seria realmente muito doloroso tirar de Roma, de uma única vez, todos os seus símbolos; mas é preciso fazer justiça aos hierofantes despojados. Muito tempo antes que o sinal da Cruz fosse adotado como símbolo cristão, ele era empregado como um sinal secreto de reconhecimento pelos neófitos e pelos adeptos.”

Em seguida, H.P.B. cita palavras de Eliphas Levi, em sua obra “Dogma e Ritual da Alta Magia”:

“O sinal da cruz adotado pelos cristãos não pertence exclusivamente a eles. Ele é cabalístico e representa as oposições e o equilíbrio quaternário dos elementos. Constatamos, na estrofe oculta do Pater, à qual aludimos em volume anterior desta obra, que havia originalmente duas maneiras de fazê-lo, ou, pelo menos, duas fórmulas muito diferentes para expressar o seu significado; uma reservada aos sacerdotes e aos iniciados; e outra, comunicada aos neófitos e aos profanos. Assim, por exemplo, o iniciado, levando a mão à fronte, dizia: ‘A ti’; então ele acrescentava; ‘pertencem’; e continuava, enquanto levava a mão ao peito – ‘o reino’; depois, ao ombro esquerdo; ‘a justiça’ ; e ao ombro direito; ‘e a compaixão’. Então ele juntava as mãos e acrescentava: ‘Através dos ciclos da geração: Tibi sunt Malkhuth, et Gerburah et Hesed, per Aeonas’ – um sinal da Cruz total e magnificamente cabalístico, que as profanações do gnosticismo fizeram a Igreja praticante e oficial perder por completo.” [2]

Até aqui, Eliphas Levi, citado por H.P.B. Vejamos agora, ponto por ponto, algo sobre o significado deste gesto simbólico e das palavras cabalísticas associadas a ele: “A ti pertencem o reino, a justiça e a compaixão. Através dos ciclos de geração.”

1) “A ti pertencem” – As palavras “a ti” se referem a Atma, o sétimo princípio da anatomia oculta do ser humano. Este é o princípio supremo imortal, o eu superior que vive em unidade com a lei do universo, simbolicamente situado na testa.

2) “o reino,” – Ou seja, o reino dos céus, situado no peito ou no coração. Esta é a consciência do mundo divino, a luz espiritual, Buddhi, o sexto princípio da compreensão universal das coisas, o amor universal.

3) “a justiça e a compaixão.” – Estes são os dois pratos da balança. O reino dos céus (consciência divina) é feito de justiça e compaixão, e para afirmar-se necessita do equilíbrio entre estes dois fatores. Qualquer uma destas duas virtudes só pode existir com base na outra. Sem justiça, a compaixão é falsa. Sem compaixão, a justiça é falsa. Sem justiça e compaixão, não há consciência divina (reino dos céus). O amor universal é feito de justiça e compaixão. É graças às duas virtudes (inseparáveis do discernimento) que o estudante tem acesso ao princípio Supremo e superior (Atma), simbolicamente situado na testa.

4) Através dos ciclos da geração. – As palavras “os ciclos da geração” se referem ao caráter cíclico do tempo eterno e mais especificamente à reencarnações de cada individualidade humana.
Aqui a sabedoria da Cabala aponta para a “doutrina dos ciclos”, uma parte essencial da teosofia.

Os dois ombros humanos simbolizam a responsabilidade do indivíduo diante da vida. É a combinação de justiça (ombro esquerdo) e compaixão (ombro direito) que permite ter força e estabilidade ao longo de uma encarnação.

O sinal da cruz cabalístico aciona quatro fatores, e tem relação direta com os quatro elementos (fogo, água, terra e ar). Ele também se refere à Tetraktis ou Tétrade sagrada dos pitagóricos; aos quatro pontos cardeais; e ao Tetragrammaton, o nome de quatro letras da divindade na tradição mística judaico-cristã (IHVH).

A dimensão geométrica e o significado interior do sinal da cruz têm fortes correlações com a filosofia maçônica e a sabedoria salomônica. O templo de Salomão, esotericamente, simboliza o corpo humano.

Para a filosofia antiga e teosófica, como para o cristianismo autêntico, o corpo humano é o grande templo, e os templos físicos são apenas símbolos externos dele. O corpo é a casa do Espírito: “o Espírito está dentro de nós”. Em I Coríntios 3:16, o Novo Testamento afirma: “Não sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” E em II Coríntios 16, lemos: “Porque vós sois o templo vivo de Deus”.

Segundo a tradição, o templo de Salomão está voltado para o Leste e possui duas colunas, chamadas de “Boaz” e “Jachim”. Idealmente, ao fazer o sinal da cruz, o estudante de sabedoria divina não só se reconhece como um templo vivo, mas também está voltado fisicamente para o Leste, o Nascente. Seus ombros e braços correspondem às colunas. O termo “Boaz”, que corresponde ao ombro esquerdo ou coluna Norte, significa “na força” ou “em fortaleza”. O termo “Jachin”, que corresponde ao ombro direito ou coluna Sul, combina uma abreviatura de “Jeová” (Divindade) com um termo que significa “Estabelecer”.

Assim, quando fazemos a correlação do sinal da cruz cabalístico-cristão com a tradição salomônica e maçônica, vemos o seguinte:

“O reino dos céus (Jeová, a Sabedoria Divina) tem força, isto é, se estabelece como uma fortaleza, quando tem por base a Justiça.”

Quando reconhecemos o corpo humano como um templo, isto é, um invólucro externo de uma presença divina interior, podemos perceber a relação prática entre o sinal da cruz cabalístico e outro campo de conhecimento, a Filosofia da Ioga.

Vejamos, passo a passo, como se dá esta correlação. Inicialmente, enquanto o devoto pronuncia ou pensa as palavras “A ti pertencem”, o sinal da cruz ativa a testa, um ponto intermediário entre os dois chácras superiores, respectivamente localizados no alto da cabeça ( chacra Sahasrara) e entre os dois olhos (chacra Ajna).

A seguir, enquanto o devoto pronuncia as palavras “o reino”, o sinal da cruz toca uma parte do corpo que se refere ao chacra Anahata, localizado no coração. Em seguida, o estudante toca os dois ombros, pronunciando, respectivamente, as palavras “a justiça” (ombro esquerdo) e “a compaixão” (ombro direito).

Os dois ombros simbolizam as duas correntes energéticas ou “colunas” (Nadis) que ligam os chacras, segundo a ioga. Uma das correntes é positiva e ativa: a Justiça. A outra é compreensiva e contemplativa: a Compaixão.

Finalmente, ao unir as duas mãos enquanto pronuncia as palavras “Através dos ciclos de geração”, o devoto fecha o círculo harmonizando simbolicamente os dois hemisférios cerebrais, os dois nadis e as correntes yang e yin em sua natureza interior.

Esta visão esotérica do sinal da cruz vai além de mostrar a relação viva que há entre o corpo e alma, ou e templo e o espírito. A prática original do sinal da cruz é, também, um modo ativo e consciente de expressar o compromisso do indivíduo atento com a consciência universal.

Através do verdadeiro sinal de cruz, que nada tem a ver com superstições, o indivíduo se estabelece simbolicamente na consciência divina. Ele assume por mérito próprio “o poder que o faz parecer nada aos olhos dos outros”. Ele assume o poder de estar em união fraterna com a Lei Universal e com todos os seres.


Fique na Luz Divina !!!

*** O CAMINHO MAIS FÁCIL ***


O CAMINHO MAIS FÁCIL – HO’OPONOPONO
(A CURA HAWAIANA)


Desde pequena sabia que era portadora de um segredo, sabia que obteria tudo que desejasse. Mas tinha a crença de que teria que trabalhar muito para conseguir, que tudo teria um preço, e esse preço seria muito caro.

Logo consegui tudo o que alguém poderia desejar materialmente e emocionalmente falando: casa e carros novos, dinheiro para viagens, compras, um marido que me adorava e dois filhos sadios e preciosos. Entretanto eu não era feliz, pelo contrário era muito irritada.

Um dia vi que meu filho maior, Jonathan, estava com o mesmo comportamento, com a mesma irritação que eu sentia. Isso foi um golpe muito grande para mim, fez com que eu despertasse e sentisse que deveria fazer algo a respeito. Aquilo teria que parar. Nesse momento comecei minha busca. Meu primeiro seminário foi sobre o tema Irritações, com o Dr. Hill, a quem fiquei imensamente grata por tudo que me ensinou. Em seguida pratiquei yoga e visualizações com a Anna, o que me permitiu entrar em contato com o poder incrível que temos em nosso interior, capaz de criar e atrair aquilo que queremos. Experimentei mudança mais radical quando uma amiga me emprestou um livro de metafísica incrível. Este livro de fato me despertou. Falava muito de Jesus, e eu apesar de ser judia, senti-me muito bem o lendo. Na verdade não conseguia me soltar do livro e queria lê-lo inteiro num único dia.

Comecei a praticar as técnicas mencionadas no livro e constatei que funcionavam. Tive mais uma vez a confirmação de que o poder de mudança estava dentro de mim mesma e que não dependia de nada nem de ninguém. Então vi que tinha descoberto algo grande, muito grande. E meu coração começou a pulsar diferente, estava feliz como nunca estivera antes, uma felicidade impossível de descrever em palavras.

Então após experimentar vários caminhos cheguei ao Ho’oponopono, uma arte hawaiana muito antiga que nos ensina a resolver nossos problemas. Graças a essa arte descobri que a vida pode ser fácil, muito mais fácil do que jamais tinha imaginado.

Depois de muito procurar acabei descobrindo meu caminho, que me permite estar em paz no meio da tempestade, sentir-me livre independentemente do que estiver ocorrendo ao meu redor ou do que os outros estejam falando ou fazendo. É por isso que decidi compartilhar com vocês o que aprendi até agora através deste pequeno livro. Estou muito agradecida por essa oportunidade.

Uma vez um professor contou-me a historia hawaiana da criação do mundo. Segundo essa historia quando Deus criou a terra e pôs nela Adão e Eva, disse-lhes que estavam no paraíso, que não deveriam preocupar-se com nada, que tudo de que necessitassem lhes seria provido. Também lhes disse que lhes daria um presente, a oportunidade de escolher se queriam tomar suas próprias decisões, e nesse caso lhes daria o livre arbítrio.

Então Deus criou a árvore das maçãs e disse-lhes:

-“Isso se chama pensar. Vocês não necessitam de pensar. Eu posso prover todas suas necessidades. Não devem preocupar-se, mas podem escolher se ficam comigo ou se tomam seu próprio caminho”.

E assim eles escolheram comer a maçã, ou seja, decidiram pensar por si mesmos e assumir os riscos. Mas o grande problema não foi comer a maçã, e sim não se fazerem responsáveis e dizer: “Sinto-o”. Foi aí que Adão teve que ir procurar seu primeiro trabalho.

Tal como Adão, estamos sempre mordendo a maçã, sempre pensando que sabemos mais, que podemos resolver tudo sozinhos com nosso pensamento e não nos damos conta de que existe um caminho bem mais fácil ...




*** COMENTÁRIO:
A questão do pensamento precisa ser bem explicada. O pensamento é o que difere o homem de outros animais. Deus disse ao casal no paraíso que eles teriam de tudo que necessitassem, e que para isso não precisariam pensar. O que o criador quis dizer era que eles não precisavam se preocupar, ficar pensando com angústia de onde viria a próxima refeição ou aonde iriam se abrigar durante a noite. Disse também a eles que poderiam pensar (assumir a responsabilidade) se quisessem bastando para isso comer a maçã. Quando Adão e Eva comeram a maçã, decidiram-se pelo livre arbítrio, ou seja, pensarem por si mesmos. Porém eles não sabiam ainda como fazer e desconheciam o poder do pensamento, essa que é a força mais poderosa do universo. Sentiram-se inseguros e preocupados, o que levou Adão a sair à procura do primeiro trabalho. Sua mente racional passou a funcionar, e ela lhe dizia que ele deveria trabalhar a fim e prover o seu sustento. Ele desconhecia que bastaria alinhar seus pensamentos ao pensamento de Deus para criar tudo de que necessitava. Bastaria ter fé, assim como as aves dos céus e os lírios dos campos para que fossem supridas todas as suas necessidades. Eles não entenderam e julgaram que teriam que conquistar tudo com suor e esforço.
Desde então a humanidade assim age para conseguir seus intentos: trabalho duro, competitividade, esperteza. Se Adão e Eva não sabiam usar de forma correta o poder do pensamento, tampouco nós o sabemos atualmente, milênios depois. Estamos em busca do paraíso, aquele perdido lá atrás com a mordida na maçã. E essa é a nossa angustia, pois quase sempre procuramos no lugar errado. Por isso que a autora diz que continuamos mordendo a maça, todos os dias, e acreditando conhecer tudo, nos afastamos de nossa originalidade.
Outra coisa que quero explicar que toda essa história de Adão e Eva é figurativa e simbólica. Sabemos pela teoria da evolução da espécie que não faz sentido real a historia do primeiro casal, sendo apenas uma alegoria. ***




...
Eckhart Tolle, em seu livro O Poder do Agora diz que o ego se identifica com as posses, o trabalho, o nível social, o conhecimento, a fama, mas nenhuma delas é você. Você acha isso aterrador ou é um alívio sabe-lo? Cedo ou tarde você terá que renunciar a todas essas coisas, e saberá que isso irá ocorrer quando a morte se aproximar. A morte é despir-se de tudo que você não é. O segredo da vida é morrer antes de morrer e descobrir que a morte não existe.

O ideal é que você liberte-se de sua mente, daquela voz interna que comenta, especula, julga, compara, queixa-se, aceita, rechaça e assim por diante. A voz não se refere ao seu momento presente, ela está revisando um passado recente ou longínquo, ou então imaginando situações futuras. A vida é uma repetição de lembranças que são como chips, ou uma gravação que toca em nossas cabeças 24 horas por dia. Essas gravações, essas fitas nos dirigem e influenciam sem que nos demos conta. Não podemos evitar que essas gravações existam mas podemos escolher parar de toca-las, como se desligássemos o toca fitas.

Neste livro utilizo certas terminologias e conceitos que desejo esclarecer. Muitos deles se apóiam no Ho’oponopono, a antiga arte hawaiana. No último capitulo detalho técnicas e ferramentas específicas desta arte. Ela nos ensina como desligar o toca-fitas, como parar a gravação em nossa mente, aquelas que não nos servem e que já não funcionam a para nós. Somente quando cessamos essas gravações é que podemos descobrir quem realmente somos e todo o poder que possuímos. Ao apagar, limpar e remover antigas lembranças permitimos que nossos sentimentos sejam transmutados e começamos então a experimentar nosso verdadeiro ser.

O Ho’oponopono é um processo de perdão, arrependimento e transmutação.

Cada vez que utilizamos qualquer de suas ferramentas, estamos assumindo 100% da responsabilidade sob nós mesmos e pedindo perdão (a nós mesmos).

Aprendemos que tudo o que acontece em nossas vidas é projeção de nossa programação mental. Podemos escolher nos posicionar como um observador, observar nossos pensamentos, nossa programação e então libera-la para que se vá. Ou então podemos reagir e nos prender a elas. Todos nós temos um rascunho incorporado e a tecla de deletar, mas nos esquecemos como usa-la.

O Ho’oponopono nos ajuda a recordar o poder que temos de escolher entre apagar (soltar) ou reagir, ser feliz ou sofrer.

É só uma questão de escolha em cada momento de nossas vidas.

Quando no livro menciono “limpar” ou “apagar”, estou me referindo ao uso das técnicas de Ho’oponopono para apagar as lembranças e pensamentos que criam nossos problemas.

Queria também lhes esclarecer que quando menciono a palavra Deus não o estou fazendo absolutamente em seu contexto religioso. Para mim, Deus é essa parte que temos dentro de nós mesmos que sabe tudo, tem todas as respostas. Em realidade não pode ser definido em palavras pois é uma experiência. Também notarão que uso a palavra Deus como sinônimo de Amor. Refiro-me ao Amor Incondicional, aquele que pode curá-lo de tudo. Este é o Amor que tem todas as respostas.

Quando menciono os ensinamentos de Jesus, tampouco o faço em um contexto religioso. O propósito é recordar ao leitor que sempre tivemos mestres que vieram nos despertar para a verdade como, por exemplo, Jesus que falava em dar a outra face, um conceito até hoje difícil de entender. Entretanto quando apagamos em vez de reagir estamos dando a outra face, a face do amor. O liberar em vez de reter e reagir é dar a outra face.


"ORAÇÃO PARA AUTO CURA"

“Divino Criador, pai, mãe, filho em um...
Se eu, minha família, meus parentes e ancestrais
lhe ofendemos,
à sua família, parentes e ancestrais
em pensamentos,palavras e ações,
do início da nossa criação até o presente,
nós pedimos seu perdão...
Deixe isto limpar, purificar, liberar,
cortar todas as lembranças, bloqueios,
energias e vibrações negativas
e transmute estas energias indesejáveis
em pura Luz...
E assim está feito.”
"SINTO MUITO !!! ME PERDOE !!! EU TE AMO !!! MUITO OBRIGADO !!!"



*COMENTÁRIO:
As pessoas Não são os problemas .....
Problemas são as recordações que temos das pessoas. “Memórias”, no Ho’oponopono.
Seu trabalho é simples:assumir 100% de responsabilidade pelo o que está ocorrendo dentro de você.
Deus, a Divindade, fará o que precisa ser feito. Diga ao que está acontecendo de ruim dentro de você, dor, sofrimento, culpa, dúvida, raiva (suas memórias):

“TE AMO.”

Portanto; Escolha.

“Divindade limpe em mim o que me faz vivenciar problemas.”

“Divindade recolha todas as memórias que estão se repetindo em mim, que causam todos os meus problemas, tristezas, doenças, e sofrimento, e transmute-as à mais pura luz.”

“SINTO MUITO !!! ME PERDOE !!! EU TE AMO !!! MUITO OBRIGADA !!!"

Veja o que acontece...
Você é responsável pelo o que flui de você: manifestações das suas memórias (reações da sua programação) ou Amor, expressão da Inspiração Divina.
Portanto, assuma 100% de responsabilidade, pratique o processo Ho’oponopono.
Deixando de lado as reações você passa a ver as pessoas como Deus as criou,completas e íntegras.
A maravilha é que ao cancelar as memórias se repetindo dentro de você elas são canceladas em todo o Universo.
Você está cancelando as memórias que não te deixam ser quem você é.
Seu intelecto tem dificuldade com isso.
Ele quer controlar, entender tudo!
Só Deus sabe o que é melhor para você. Dizendo “EU TE AMO.” seu intelecto se acalma.
Já reparou que aonde aparecem problemas lá você está?
O Ho’oponopono mostra à você quem você realmente é...
Tudo lá fora muda, o mundo, quando você muda o que há dentro de você. Não precisa abraçar o mundo, abrace você mesmo; se permita, pense:

“Deus limpe em mim todas as memórias que estão se repetindo, causando esses problemas. Transmute-as à mais pura luz.”

Se solte, e deixe Deus fazer.

Permita que a Divindade limpe suas memórias restaurando o espaço que elas ocupavam ao estado Zero.
Sua mente volta ao estado original...
Que é a imagem do Divino: Vazio e Infinito.
Viva pela Inspiração.
Sua vida passa a ser revelação, de momento à momento. Inspiração Divina Inspiração.

“SINTO MUITO !!! ME PERDOE !! EU TE AMO !!! MUITO OBRIGADA !!!"

Não precisa saber o que está acontecendo dentro de você, Deus sabe. Pense, fale,

“SINTO MUITO !!! ME PERDOE !!! EU TE AMO !!! MUITO OBRIGADA !!!"

“SINTO MUITO, ME PERDOE por deixar as minhas memórias se repetirem.
Sou grato pelas lições que elas me prestaram.

EU TE AMO memórias, liberto vocês... E a mim!”


MUITO OBRIGADO !!! MUITO OBIGADO !!! MUITO OBRIGADO !!!


Eu definiria Ho’oponopono como uma incessante meditação ativa e vou explicar por que: ao acordar a primeira coisa com que preencho meus pensamentos é com a idéia de limpeza das minhas memórias:

"SINTO MUITO!!! ME PERDOE!!! EU TE AMO !!! MITO OBRIGADA !!!"

... a cada momento em que me pego com pensamentos de críticas, culpa, julgamento, medo, eventos com pessoas, conhecidas, próximas ou não... a cada consulta que faço, palavras ligadas a qualquer tipo de emoção... ouvindo alguém no telefone e muitas e muitas vezes, com comunicação cheia de equívocos em relação a sua forma de ver as coisas... quando saio para algum compromisso na rua... quando vejo um animalzinho abandonado, algum mendigo etc... enfim, o pedido de limpeza para as memórias que compartilho com tudo que vejo, penso, ouço e sinto é incessante e, ao me deitar à noite para dormir, entrego meu sono à Divindade e peço que continue limpando minhas memórias e minhas ultimas palavras são – Sinto muito. Me perdoe. Te amo. Sou grata... até me apagar no sono...
Por isso tudo, mais do que nunca, acordo limpando minhas memórias, sigo durante o dia e durmo limpando minhas memórias...

“Que o Divino Criador, limpe, purifique as memórias que compartilho com todos que lerem este texto e transmute-as na mais pura Luz.”
"SINTO MUITO !!! ME PERDOE !!! EU TE AMO !!! MUITO OBIGADO !!!

Que o Sagrado Eu se manifeste mais e mais através de nós!

Fique na Luz Divina !!!

*** OS CAMINHOS DA ÁRVORE DA VIDA ***


TAROT & KABBALAH
Os Caminhos da Árvore da Vida

Compilado por
Constantino K. Riemma

No diagrama da Árvore da Vida estão inscritas 22 ligações, ou vinte e dois caminhos, que ligam as 10 sefirot entre si. Eles constituem o campo de conexão entre os atributos divinos personificados pelas sefirot, acomodando tudo o que flui através deles. Representam as infindáveis possibilidades de circulação das energias, tanto no cosmo quanto no homem.
"Os fluxos entre cada par de sefirot podem ser alternados e cada caminho constitui apenas uma parte da circulação total. Por causa dessa adaptabilidade essencial, ocorrem muitos tipos diferentes de padrões de circulação determinados pela sefirah que gera o fluxo inicial."
[Nota: as siglas que aparecrm no correr do texto, referem-se aos títulos dos livros e respectivas páginas, relacionados no final].
"A essência de cada Caminho é que ele constitui a união de dois Sefirot. Só podemos compreender seu significado levando em conta a natureza das Esferas unidas na Árvore. Mas um sefirah não pode ser entendido num único plano."
"Podemos considerar as Sefirot como macrocósmicos e os Caminhos como microcósmicos, pois as sefirot representam as sucessivas Emanações Divinas, que constituem a evolução criadora, ao passo que os Caminhos representam os estágios sucessivos da compreensão cósmica na consciência humana."
"Os Caminhos são fases da consciência subjetiva, através dos quais a alma desenvolve a sua compreensão do cosmo".
Os textos a seguir, para cada Caminho, iniciam com um primeiro parágrafo "miscelânea", justapondo correspondências de diferentes fontes: a letra do alfabeto hebraico (com o valor numérico entre parêntesis), sua significação mais comum e seu hieróglifo (G.O.Mebes).


São também mostradas, nesse primeiro parágrafo, as atribuições astrológicas e as cores citadas com maior freqüência nos textos consultados. Por fim, é indicado o Arcano Maior do Tarô, cuja numeração coincide com a do caminho. Tal correspondência é a mais comum entre os autores franceses. Já os autores ingleses, atribuem o Louco (0 ou 22) ao caminho 11, o Mago (1) ao caminho 12, a Papisa (2) ao caminho 13 e assim sucessivamente. Entre parêntesis é indicada esta segunda hipótese. Uma nota importante a esse respeito não deve ser esquecida pelo leitor: como Rui Sá Silva Barros deixou bem claro em Taro e Qabalah, tais atribuições devem ser tomadas com a devida cautela, pois tratam-se hipóteses nem sempre de acordo com a tradição cabalística.
O segundo parágrafo, em itálico, foi retirado do Shepher Yetzirah, o Livro das Formações. Embora de difícil compreensão, ele merece ser considerado por se tratar de um texto da tradição cabalística.
Por fim, o terceiro parágrafo, ou bloco, traz indicações e comentários colhidos principalmente de Gareth Knight e da obra de Z'ev ben Shimon Halevi.




*11º Keter - Hokhmah

Aleph (1), o boi, o homem. Mercúrio, Touro, Gêmeos e o elemento Ar. Amarelo claro brilhante, azul celeste, azul esmeralda, esmeralda salpicada de ouro.
Corresponde ao Arcano da Mística: I - O Prestidigitador, o Mago, Divina Essência (ou 0 - O Louco, o Espírito do Éter).

"O 11º caminho é a Inteligência Cintilante porque ele é a essência dessa cortina colocada junto da ordem de arranjo e lhe é dada uma dignidade especial de ser capaz de manter-se de pé diante da Face da Causa das Causas."

A "Face da Causa das Causas" é a fonte de toda a Criação em Keter; por isso a experiência espiritual de Hokhmah é a Visão de Deus face à face.
No sentido ascendente, de Hokhmah para Keter, o 11º caminho constitui portanto esse alto nível de consciência que a alma iluminada percorre desde a Visão direta de Deus face a face até a experiência transcendental ainda mais alta de União real com Deus. Trata-se da "Inteligência Cintilante".
Em Keter está o Verdadeiro Plano da evolução e de toda vida criada. "A ordem de arranjo (ou de composição)" é portanto um título válido para Keter. A "cortina" ou Véu é o da vida na Forma. A Forma é a cortina que oculta (e ao mesmo tempo revela) a essência da vida. Mas, nesse caso se trata de uma força pura, pois o 11º caminho é a "essência dessa cortina". Nesses níveis supremos, a forma é muito atenuada em comparação ao nível denso da nossa existência, mas nem por isso é menos poderosa. Uma forma incorreta ou mal aplicada num nível superior da manifestação pode produzir deformações que se ampliarão à medida que seus efeitos se façam sentir nos planos inferiores.
O elemento Ar é um bom símbolo para o Espírito, pois é ilimitado, insinua-se por toda parte e é também um grande disseminador.
No sentido ascendente, o 11º Caminho reapresenta a etapa final da união com Deus
A descida desse caminho é a primeira etapa da Descida do Poder simbolizado na Kabbalah pelo Raio Fulgurante. Ele representa, portanto, os primeiros inícios.



*12º Keter - Binah

Beith (2), a casa; a boca humana. Lua e Mercúrio. Amarelo, violeta, cinza, índigo salpicado de violeta.
Corresponde ao arcano da Gnose: II - A Papisa, Gnose, Porta do Santuário, Divina Substância (ou I - O Mágico; o Mago do Poder).

O 12º caminho é denominado Inteligência da Transparência porque é dessa espécie de Magnificência, chamada Chazchazit, que provém as visões daqueles que se vêm em aparição.

Por ser o caminho da "Inteligência da Transparência" significa a capacidade de ver as coisas tais como elas são na realidade. A Forma não oculta a luminosa imagem do Criador, mas sim a revela. O Véu do Templo, para falar simbolicamente, nada tem de opaco. É o caminho que une o princípio da Forma (Binah) à sua fonte Espiritual (Keter). a verdadeira fonte da qual provém a Forma e sua força interior.
A raiz do termo Chazchazit tem acepções de vidente, vidência, visão. Trata-se, por certo, da mais alta forma de profecia, o conhecimento espiritual, uma forma de percepção interior muito mais delicada e exata que a intuição, que por sua vez é uma forma de consciência muito mais importante e exata do que a clarividência, a clariaudiência ou demais formas de psiquismo.Esse caminho representa capacidade de pressentir o Verdadeiro Plano nas alturas de Keter e de fazê-lo descer sob a forma de uma Verdadeira Impressão na sefirah da Forma, Binah. A descida do Plano é uma decorrência necessária, pois o conhecimento seria de pouca utilidade se não se manifestasse, sucessivamente até os níveis da consciência mental e do efeito físico.



*13º Keter - Tiferet

Guimel (3), o camelo; uma mão que pega. Vênus e Virgem; a Lua. Azul, prateado, azul-claro frio, prateado riscado de azul celeste.
Corresponde ao arcano da Magia: III - A Imperatriz, Vênus Urânia ou Vênus do Universo, Natureza, Divina Natureza, Parto, Geração, (ou II - A Papisa, Sacerdotisa).

O 13º caminho é denominado a Inteligência Unificadora e é assim chamado porque é em si mesmo a essência da Glória; é a Perfeição da Verdade das coisas espirituais individuais.

Esse caminho se destaca entre os demais porque se encontra sobre a linha direta de contato entre o Espírito e a Individualidade.
Ele faz parte do que se poderia denominar de coluna vertebral da Árvore da Vida, o longo caminho entre o Espírito e a Terra, Keter e Malkhut.
A linha ascendente vertical da Árvore da Vida é o Caminho da Flecha, a Via Mística dos que não procuram manipular poderes ocultos, mas sim a União com Deus. O Caminho dos Místicos sobe pelo 32º caminho, a Entrada dos planos interiores, e passa através dos reinos subconscientes de Yesod. Como Yesod está ligado à função sexual, torna-se compreensível a ocorrência de imagens de natureza sexual em certos tipos de misticismo.
De Yesod, a Via leva através do "deserto" do 25º caminho, a Inteligência da Prova, que é a primeira Noite Escura da Alma, antes de alcançar a aurora dourada da consciência de Tiferet e o contato com o "deus interior". Mas o contato de Tiferet é ainda um aspecto menor do "deus interior", pois o Caminho conduz a seguir diretamente à fonte do ser espiritual em Keter. Essa segunda metade é o 13º Caminho, ao qual corresponde a letra hebraica Guimel, um camelo, o que nos lembra um outro deserto, portanto uma segunda Noite Escura da Alma, a travessia do Abismo, descrita por São João da Cruz.
Como a morte e o nascimento, o 32º, o 25º e o 13º caminhos formam principalmente uma via de transição. Poderia ser denominada a Via mais direta na demanda do Santo Graal, compreendendo-se o Graal como o recipiente que se pode fabricar com o próprio ser para se tornar capaz de reter as forças superiores, o Sangue e as Águas do Espírito.



*14º Hokhmah - Binah

Daleth (4), a porta; o seio, como idéia de alimentar e ser alimentado. Júpiter e Áries; Vênus. Verde esmeralda, azul-celeste, rosa ou cereja rajada de verde claro.
Corresponde à Filosofia Hermética e à Obediência: IV - O Imperador, Pedra Cúbica, Forma, Autoridade, Adaptação (ou III - A Imperatriz, a Filha dos Poderosos).

O 14º caminho é a Inteligência Iluminante e é assim denominado porque é esse Chasmal o fundador das idéias ocultas e fundamentais da Santidade e de suas fases de preparação.

Do mesmo modo que o caminhos transversais interiores, o 27º e o 19º, são respectivamente os "suportes" da Personalidade e da Individualidade, o 14º é o suporte do Espírito em seu próprio nível. O texto yetzirático o denomina Chasmal, ou seja, "o Brilhante, fundador das idéias ocultas e fundamentais da santidade". Ele é, por certo, o fundamento oculto de todos os seres na Forma. A fonte do nosso ser está em Keter, mas a manifestação enquanto unidade estável pressupõe o funcionamento do Princípio da Polaridade que, neste nível, É o princípio arquetípico de Hokhmah e Binah. E esses dois princípios são ligados pelo 14º Caminho.
Para seguir o simbolismo da letra hebraica. esse caminho é a Porta, ou seja, a entrada para a manifestação. Poderíamos mesmo denominá-lo a Porta do mundo do Espírito, pois esse caminho segue o trajeto do Rio Fulgurante.
No sentido ascendente, esse caminho é o último canal de consciência no qual os pilares da Manifestação em sua ação de defensores da Forma têm ainda influência. É a Porta da Iluminação, como subentende o texto yetzirático, Iluminação Total da Visão de Deus face a face, em Hokhmah.
É sobre esse aspecto de manifestação que o simbolismo da lâmina do Tarô desse caminho se refere: é a pedra fundamental da construção do Templo do Homem na existência manifestada.



*15º Hokhmah - Tiferet

He (5), a janela; a respiração. Áries e Mercúrio. Vermelho vivo, chama brilhante, vermelho incandescente.
Corresponde ao arcano da Transcendência e da Pobreza: V - O Papa, a Essência Divina, Quintessência, Religio. (ou IV - O Imperador; ou XVIII - A Estrela)

O 15º caminho é a Inteligência Constituinte, assim denominado porque constitui a substância da Criação nas trevas puras e os homens falaram das contemplações; é dessas trevas que se fala na Escritura: "e o enfaixei com névoas tenebrosas" (Jó).
Essa substância da Criação são as Águas do Não-manifestado que vertem na manifestação.
No sentido ascendente, lembrando que a experiência espiritual de Hokhmah é a visão de Deus face a face, podemos dizer que, ao longo desse caminho, a alma pode perceber uma centelha da majestade do seu Criador, como se, assentada diante de uma janela estreita sem vidro, ela olhasse fixamente para as trevas do espaço e visse subitamente uma estrela lampejar, indicando o ponto de origem da alma e a meta para a qual ela deve dirigir a sua evolução.
O fator de início e fim da evolução pessoal é sublinhado pela forma do signo astrológico de Áries: ; a queda súbita na manifestação e o posterior retorno ao ponto de partida.
O meio de alcançar essa meta de toda humanidade poderia ser expresso em termos bem simples: "Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com toda a tua força e de todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo" (Lucas 10-27, Mateus 22-37).



*16º Hokhmah - Hesed

Vav (6), o prego; o olho e o ouvido. Touro, Sagitário e Vênus. Vermelho alaranjado, índigo escuro, marrom brilhante.
Corresponde ao arcano da Iniciação, do Livre Arbítrio: VI - O Enamorado, Bifurcação, a Lei da Analogia, Liberdade, Mediação (ou V - O Papa, o Mago do Eterno).

O 16º caminho é a Inteligência Triunfal ou Eterna e é assim denominado porque é o prazer da Glória além da qual não há Glória igual. É também chamado de Paraíso preparado para os Justos.

O Caminho 16º, paralelo ao 18º, é um dos laços entre o Espírito e a Individualidade. O prego, reapresentação da letra Vav, é um símbolo importante do ponto de vista esotérico cristão, pois o Espírito é pregado três vezes à cruz da matéria.
No sentido ascendente, esse "prazer da Glória além do qual não há Glória igual" permite considerar o caminho 16 como um modelo do que deveria ser e uma promessa do que será alcançar o nível zodiacal reapresentado por Hokhmah, também denominado "Paraíso preparado para os Justos".
O signo astrológico desse caminho é Touro, animal que representa a mais densa concretude sobre a terra, enquanto a Vaca, sua contraparte feminina simboliza o princípio feminino, receptivo da forma, matriz na qual se incrusta a jóia do Espírito. A forma do signo, , se adequa a esse caminho: um disco solar indicando a recepção dos poderes do Eterno e sua difusão sob a forma de luz e calor.
O Graal, em suas diferentes versões, também pode ser relacionado a esse caminho, que leva à Távola Redonda Zodiacal (Hokhmah), no centro da qual se encontra o Santo Graal.
É o caminho no qual podemos aprender a ligar a sabedoria ao amor e, desse modo, servir de maneira totalmente impessoal.



*17º Binah - Tiferet

Zain (7), a espada; uma flecha lançada com pontaria certeira. Gêmeos, Áries e Câncer. Laranja, cinza avermelhado.
Corresponde ao arcano do Repouso: VII - O Carro, Carruagem de Hermes, Vitória, Direito de Propriedade (ou VI - Os Namorados, os Filhos da Voz, Oráculo dos Deuses).

O 17º caminho é denominado a Inteligência Ordenadora que dá Fé aos Justos; nesse caminho eles são revertidos do Santo Espírito e ele é denominado o Fundamento da Perfeição no estado das coisas superiores.

Binah, por ser o mais "concreto" dos três sefirot supremos, contém a imagem do Espírito e sua destinação sobre a Terra. No Caminho 17 a consciência do destino do Espírito é concentrada na sede da consciência manifestada, Tiferet.
Binah é a "mãe da Fé, da qual a Fé emana". Nesse caminho, a Fé é dada aos Justos, que assim são revestidos do Espírito Santo. Binah está estreitamente ligada ao Santo Anjo da Guarda.
A Fé pode ser considerada não só como a fé comum em Deus, mas também a confiança em si que cada ser humano deve ter para continuar no caminho da sua vocação, o domínio no qual deve aplicar seus esforços, sejam quais forem os obstáculos. O signo astrológico de Gêmeos, , indica a verdadeira relação que deve existir entre o Santo Anjo da Guarda e a Individualidade. Eles devem ser um o reflexo do outro. A chave desse caminho, a letra hebraica Zain, significa espada. A forma da letra sugere uma espada e, de certo modo, a ação do Santo Anjo Guardião, o qual representa Conhecimento e Propósito. O Anjo projeta uma "varinha', de Conhecimento e Propósito para os níveis inferiores da manifestação.



*18º Binah - Gevurah

Heith (8), a cerca; um campo com tudo o que pode ser cultivado. Câncer e Libra. Âmbar, marrom púrpura, ruivo brilhante, castanho escuro esverdeado.
Corresponde ao arcano do Equilíbrio: VIII - A Justiça, a Lei do Equilíbrio, Lei, Karma (ou VII - O Carro, Filho dos Poderes da Água, Senhor do Triunfo e da Luz).

O 18º caminho é denominado a Inteligência da Casa da Influência (devido a sua grandeza é aumentada a abundância do influxo de boas coisas sobre os seres criados) e do seu seio são extraídos o arcano e os sentidos ocultos que habitam sua sobra e que aí permanecem estreitamente unidos pela Causa de todas as causas.
Esse caminho age como via de comunicação entre o Espírito e a atividade inteligente da Individualidade (Gevurah). Ele é também chamado de Casa da Influência. O texto yetzirático ("devido a sua grandeza é aumentada a abundância do influxo de boas coisa sobre os seres criados") indica o quanto essa ligação é importante para que o destino do Espírito seja cumprido na manifestação. Quando isso não ocorre o Karma em geral se acumula e os resultados da ação raramente são bons; o que é uma das conseqüências do Primeiro Desvio que abriu um buraco ou Abismo entre os dois níveis de existência.
Binah é a Mãe da Fé, da qual a individualidade obtém todo conhecimento superior do seu destino. Esse conhecimento é "o arcano e os sentidos ocultos" mencionado do texto yetzirático.
No sentido ascendente, isso significa que a nossa meta na evolução é ligar esses dois níveis, e que a nossa primeira tarefa é desprender os véus para transpor o Precipício e o Abismo. Só então será passível obter a impregnação do conhecimento de nosso destino nos níveis mais densos e a sua aplicação no plano físico da vida diária.



*19º Hesed - Gevurah

Teth (9), a serpente; um telhado enquanto proteção e abrigo. Leão, Capricórnio e Virgem. Amarelo esverdeado, violeta escuro, cinza, amarelo avermelhado.
Corresponde ao arcano da Consciência: IX - O Eremita, Luz Oculta, Protetores, Iniciação, Prudência (ou XI - A Força, a Filha da Espada Flamejante, Guia do Leão).

O 19º caminho é a Inteligência do secreto de todas as atividades dos seres espirituais e é assim chamada por causa da influência que ela difunde a partir da mais alta e exaltada glória sublime.
O Caminho 19, de grande poder dinâmica, é o principal suporte da Individualidade, do mesmo modo que o 27º (igualmente de grande força) é o suporte principal da Personalidade. O 19º dispõe de uma força de "empacotamento", que mantém juntos os diversos aspectos da unidade de evolução, a Individualidade; de igual modo o caminho 27 mantém a unidade de encarnação, a Personalidade.
O 19º se encontra na trajetória do Raio Fulgurante. A imagem do Espírito, após ter sido propulsionada de Binah, via Daat, até Hesed, começa a construir uma sucessão dinâmica de atividades. O sentido inverso, de Gevurah a Hesed, é a via iniciática a partir da qual não são mais necessárias outras encarnações sobre a terra. As tomadas de consciência desse Caminho são particularmente profundas, pois são resultantes finais da experiência e da compreensão de um ciclo completo de evolução.
A prova fundamental desse caminho é a capacidade de encarar tudo o que ocorreu durante o ciclo completo da evolução pessoal, aceitando-o totalmente sem fuga ou repressão. Esse balanço final não mais admite adiamentos; o que não for enfrentado permanecerá como uma barreira ao progresso.
"Esse caminho não é de fato agradável, mas pela simples razão de que nós, que por ele caminhamos, não somos pessoas agradáveis". Diante das dificuldades, nossa reação habitual é atribuir a culpa aos outros. Trata-se de um grande passo começar a compreender que, de algum modo, contribuímos largamente para estabelecer nosso próprio karma.
O 19º caminho corresponde à segunda barreira (ou véu) da Árvore, preenchendo o intervalo entre a Severidade e a Misericórdia.



*20º Hesed - Tiferet

Yod, a mão; o dedo indicador. Virgem, Capri­córnio e Júpiter. Verde amarelado, cinza escuro ou esverdeado.
Corresponde ao arcano da Natureza Decaída: X - A Roda da Fortuna, Testamento, Kabbalah, Moinho do Mundo, Fortuna ou Sorte (ou IX - O Eremita, o Profeta do Eterno).

O 20º caminho é a Inteligência da Vontade. É assim chamado porque é o meio de preparação de tudo e de cada ser criado, e, por essa Inteligência se adquire o conhecimento da existência da Sabedoria Primordial.

Tiferet é a sefirah central da Árvores da Vida e representa assim o ponto de convergência da integralidade do ser humano na manifestação. É o ponto de equilíbrio entre a força e a forma na individualidade (Gevurah e Hesed). É também o ponto médio entre os níveis espirituais e a manifestação densa sobre a Terra.
Hesed, por sua vez, representa a primeira manifestação do ser numa existência sub-espiritual e contém a imagem mais pura de como o Espírito deveria se manifestar enquanto ser humano.
No sentido ascendente da Árvore, o 20º Caminho dá a visão do modelo do destino, proveniente dos níveis espirituais. No texto yetzirático esse caminho é denominado Inteligência da Vontade, ou seja da Vontade Espiritual, pela a qual se adquire o conhecimento da existência da Sabedoria Primordial, ou seja, o conhecimento das realidades espirituais dos níveis superiores. A contemplação contínua da verdadeira imagem é assim o "meio de preparação de todo e qualquer ser criado", pois ela serve de guia no caminho da evolução individual e indica os tipos de veículos ou recursos que devem ser construídos para continuar a segui-lo.
A chave do caminho é a letra hebraica Yod, a primeira letra do Nome Divino supremo JHVH, que significa o início das coisas. Seu significado é a Mão, neste caso a Mão de Deus ou a mão do Espírito que guia a alma na sua evolução.

Pode-se denominar Consciência Crística a tomada de consciência da Vontade do Pai que está nos Céus. A primeira centelha dessa consciência Crística pode ser vista como a influência do 20º Caminho que liga Tiferet (o ponto mais baixo da individualidade e o mais alto da personalidade) à Hesed (a esfera do ser manifestado na qual a verdadeira Vontade do Espírito é conhecida).
Porém, por causa do Desvio Original, a situação real está muito longe de ser tão simples como essa. O Pecado Original foi a recusa por parte da individualidade de realizar a vontade original do Espírito no momento de entrar no universo de Deus Pai. A conseqüência foi a criação de um falso modelo. Em termos cabalísticos isso significa que a imagem refletida de Hesed não é mesma que se encontra no Triângulo Supremo do Espírito. Há como que uma fissura entre o Espírito e a Individualidade, que se reproduz no nível inferior como uma fissura entre a Individualidade e a Personalidade. O Abismo e o Despenhadeiro são conseqüências dos feitos do homem, frutos do pecado. O processo evolutivo deveria ser uma luta, segundo o Plano Divino, e não essa estagnação na obscuridade espiritual cercada de guerra, pobreza e doença que acabaram por definir a condição humana.
A lição a reter é que a Demanda no Santo Graal não termina em Tiferet, nem mesmo em Hesed, mas em Keter. O destino pessoal e a evolução completa só podem ser alcançadas no momento em que todos os elos partidos sejam restabelecidos e que a Verdadeira Vontade do Espírito, e não só a da individualidade, se manifeste de um modo totalmente controlado sobre a Terra.


21º Hesed - Nezah

Kaf (20), a palma da mão. Leão, Marte, Júpiter. Violeta, azul, púrpura brilhante, azul brilhante raiado de amarelo.
Corresponde ao arcano da Virgem: XI - A Força, o Leão Dominado, Força Divina, Força Humana, Força Natural (ou X - A Roda da Fortuna, as Forças da Vida).

O 21º caminho é a Inteligência da Conciliação e da Recompensa, assim chamado porque recebe a influência divina que aí opera por meio das bênçãos dadas a todas as existência e a cada uma em particular.

Representa a ligação entre a pura imagem do que a individualidade tem a intenção de cumprir (Hesed) e a imaginação criativa e as emoções superiores da personalidade(Nezah). Compreende os ideais e aspirações que cativam a imaginação do homem.
Nesse sentido, talvez, o símbolo mais importante para o homem ocidental seja o da Demanda do Santo Graal. A influência desse caminho age principalmente sobre as emoções e é essa aspiração indefinida que leva homens e mulheres a se colocarem na busca. É nessa fase que se tornam "buscadores" no mundo interno, embora muitos escolham o caminho das aventuras físicas ou se deixem apaixonar pelas viagens. Outros confundem ainda o apelo de sua própria natureza superior com a atração física por um outro ser humano.
Um outro fator interessante é o desejo de mudança que esse impulso traz, muitas vezes sob a forma de sonhos de uma vida paradisíaca em ilhas desertas e afastadas ou, mal terminadas as férias, já começar a fazer planos para as férias seguintes. No extremo encontram-se aqueles que se intoxicam com drogas ou com experiências sexuais como meio de "fugir desse mundo".
A primeira exigência nas fases iniciais da Busca é o Discernimento, virtude de Malkhut. Porém, todas as virtudes das sefirot da personalidade inferior serão chamadas a atuar: a Independência de Yesod, pois deverá conservar uma abertura a toda prova; a passagem pelo crivo das provas subjetivas ou objetivas que vêm a seguir se encontra na Veracidade de Hod; a capacidade de admitir sua própria ignorância, de "voltar a ser como uma criança", está contida no desapego de Nezah; e, acima de tudo, a virtude que levará a alma através de todas as dificuldades do caminho: a Devoção à Grande Obra de Tiferet.
Existe um nexo entre este caminho do Desejo e da Visão e o 32º caminho do Ir e Voltar na forma física em Malkhut. Basta lembrar que a letra Kaf, que corresponde ao caminho 21, também aparece na forma de echarpe que flutua ao redor da personagem dançarina da lâmina 21, O Mundo, que alguns numeram como 22.


*22º Gevurah - Tiferet

Lamed (30), o aguilhão; o braço utilizando todas as articulações. Libra, Peixes, Netuno. Esmeralda, azul, verde-azulado, verde claro.
Corresponde ao arcano da Fé: XII - O Pendurado, Messias, Misericórdia (ou Cáritas), Zodíaco (ou VIII - A Justiça, a Mestra do Equilíbrio.

O 22º caminho é a Inteligência Fiel e é assim denominado porque, por ele, as virtudes espirituais são desenvolvidas e todos os habitantes da Terra estão perto de ficar sob a sua sombra (= sob a proteção de suas asas).

Esse caminho tem uma importância suplementar por se encontrar na linha do Raio Fulgurante. É geralmente conhecido, no sentido ascendente, como o caminho dos Ajustes Cármicos. Tal como o 20º, seu oposto complementar, este caminho tem afinidades com Daat, pois Daat é também uma esfera de equilíbrio. Esses ajustes e reajustes podem ser representados pelo monstro com cabeça de crocodilo, que devora os Reprovados na cena do Julgamento no Livro dos Mortos egípcio.
Como a maior parte dos espantalhos pavorosos dos mitos religiosos ou das lendas, os chamados monstros do mal são, na realidade, um véu que oculta aquilo que não podemos enfrentar em nós próprios.
No sentido ascendente, o 22º caminho pede a redenção e a assimilação de todo o nosso passado. A maior parte dessa confrontação ocorre no caminho 19, mas a avaliação de todos os fatores, na qual nada será esquecido, se faz no 22º.
O aguilhão, símbolo da letra Lamed, como os demais símbolos de Gevurah, pode sugerir idéias de castigo, mas isso não é estritamente exato. Podemos também associar esse caminho ao 11º (Keter-Hokhmah), representado pela letra Alef, que simboliza o boi, o mais terra a terra dos animais.
O processo da manifestação, que continua ativo no caminho que vai de Gevurah para a relativa estabilidade de Tiferet, fica bem simbolizado pelo aguilhão.
Os poderes desse caminho poderão ficar mais claros se nos lembrarmos de um símbolo menos conhecido para a letra Lamed: Asa. É com as Asas da Fé que a alma pode melhor cumprir seu destino e escapar da sombra do karma, como sugere o texto yetzirático.


*23º Gevurah - Hod

Mem (40), a água; a qualidade mediadora do feminino nas mudanças. Escorpião, Marte, Plutão, Saturno; o elemento água. Azul escuro, verde água, verde oliva.
Corresponde ao arcano da Vida Eterna: XIII - "Sem Nome", a Foice, Morte e Reencarnação, Transmutação da Energia (ou XII - O Pendurado, Espírito das Águas).

O 23º caminho é a Inteligência Estável e é assim denominado porque tem a virtude da coerência entre todas as numerações.

Liga, no sentido ascendente, o princípio intelectual a uma faculdade espiritual de julgamento rigoroso. Compreende o sacrifício das idéias e padrões anteriores, sem o qual se retrocede.
Hod é um dos sefirah que correspondem ao elemento Água. Um dos atributos da Água é a reflexão e, em Hod, podemos distinguir os reflexos dos princípios dos mundos superiores.
As imagens em Hod se apresentam mais sob a forma de abstrações (os símbolos geométricos de Pitágoras, por exemplo) do que sob a forma de confusas inquietações do subconscientes (os sonhos, por exemplo) de Yesod.
A similaridade de função dos dois sefirot pode ser compreendida pela reapresentação dos planetas correspondentes: a Lua de Yesod tem a forma de uma taça, de um receptáculo, que é o mesmo símbolo que coroa Mercúrio.
Gevurah não alcança seus propósitos apenas pela intensa atividade ou pela violência, mas também pela sua persistência no tempo. Temos, portanto, no 23º caminho, de um lado a estabilidade necessária para refletir os mundos superiores sem deformá-los e, de outro, a estabilidade do esforço durante um período incomensurável.


*24º TIFERET - NEZAH

Noun (50), o peixe; o fruto. Escorpião, Aquário e Sagitário. Azul-esverdeado, marrom descorado, marrom bem escuro, marrom esverdeado.
Corresponde ao arcano da Inspiração: XIV - A Temperança, Dedução, Reversibilidade, Engenho Solar (ou XIII - A Morte, Filho dos Grandes Transformadores).

O 24º caminho é a Inteligência Imaginativa, assim denominada porque dá uma semelhança a todas as similitudes criadas de modo similar às suas harmoniosas elegâncias.

Representa a prova no caminho do poder. Corresponde à destruição dos impulsos egoístas com finalidade de uma reconstrução num nível mais elevado de individuação.
Os três caminhos (24º, 25º e 26º) que ligam as sefirot do Mundo da Forma (Yetzirah) à Tiferet, são caminhos de sacrifício, ou seja, da troca de alguma coisa por outra melhor. A meta é descobrir a nossa verdadeira Vontade Espiritual e ter a coragem de agir em função dela. O 24º caminho representa a morte e o nascimento da personalidade e se relaciona com a Vontade de Transformação. O 26º propõe a transformação da inteligência em Intuição; e o 27º a transformação da vontade, da inteligência e da memória da personalidade em Caridade, Fé e Esperança.
Embora esses três caminhos tenham igual importância, o 24º possui o significado suplementar de estar na rota do Raio Fulgurante. É denominado "Inteligência Imaginativa", pois a personalidade pode se tornar imagem do princípio espiritual. A letra hebraica que corresponde ao caminho 24 é Noun, o peixe, que no nível do simbolismo sexual representa o esperma masculino. O peixe, em especial, está associado a Cristo.


*25º Tiferet - Yesod

Samech (60), o sustentáculo; uma flecha contornando a superfície de uma circunferência. Sagitário e Saturno. Azul, amarelo, verde, azul escuro brilhante.
Corresponde ao arcano da Contra-inspiração: XV - O Diabo, Lógica, Nahash (a serpente que seduziu Eva), Fatum (ou XIV-A Temperança, Filha de Reconciliadores).

O 25º caminho é a Inteligência da Prova ou Tentação, assim denominado por ser a primeira tentação pela qual o Criador prova todas as pessoas virtuosas.

É o caminho entre a Personalidade e a Individualidade, no qual se desenvolvem os primeiros vislumbres da consciência superior. Representa a prova da viagem de travessia do deserto, que necessita da Fé e da Coragem para ser empreendida, que exige o abandono da aparente segurança dos mundos inferiores.
Cada uma das três vias que levam a Tiferet (os caminhos 24, 25 e 26) contêm a experiência conhecida pelo nome de Noite Escura da Alma. No 25º caminho a alma deve progredir no Caminho Deserto, deixando para trás a vida dos mundos exteriores e inferiores, embora ainda inconsciente da vida dos mundos interiores e superiores, invocando a luz interior que se tornará a aurora dourada nas trevas.

Trechos de Noite Escura da Alma, São João da Cruz

"As almas começam a entrar nessa Noite Escura quando Deus as liberta pouco a pouco de um primeiro estado, aquele em que se medita na vida espiritual, e as introduz num estado mais avançado que é o dos contemplativos. É necessário passar por esse caminho para se tornarem perfeitas, ou seja para alcançar a divina união da alma com Deus. Ora, para explicar e melhor dar a entender a natureza da Noite que a alma deve atravessar e o motivo pelo qual Deus a introduz aí, é indispensável dizer uma palavra sobre os defeitos específicos dos iniciantes: seremos breve, mas sem deixar de lhes ser útil. Eles assim se darão conta da fraqueza do estado no qual ainda se encontram. Com uma nova coragem, desejarão que Deus os introduza nessa Noite em que a alma é confirmada em suas virtudes e na qual se encontra as inefáveis delícias do amor divino. Que nos seja portanto permitido deter um momento para dizer simplesmente o necessário em vista da Noite Escura, que trataremos a seguir".
"Sabemos que a alma, tão logo tenha se decidido a se colocar completamente a serviço de Deus, torna-se objeto especial da solicitude divina para favorecê-la e fazê-la crescer em espírito. Os cuidados com os quais Deus preenche sua vida espiritual lembram os de uma mãe, cujos afetos se concentram sobre seu filho. Ela os aquece em seu seio, os alimenta com seu leite, dá os mais delicados alimentos, carrega-o em seus braços e o cobre de carícias. Mais tarde, quando a criança cresce, o carinho se torna menos expansivo, o amor se oculta, os seios esfregados com aloés enjoam a criança, e então a mãe termina por colocá-lo no chão, para que ele use os próprios pés, deixe de ser pequeno e se desenvolva com atos mais de acordo com as exigências da vida... "
"Por Noite Escura, entendemos a Contemplação, e ela produz nos espirituais dois gêneros de trevas ou de purificações, conforme afete um ou outro dos elementos do homem, a parte sensitiva ou a parte espiritual. Há portanto uma primeira Noite ou purificação dos sentidos, que dá à alma sua pureza segundo sua parte sensitiva e acomodando o sentido ao espírito. A segundo Noite ou purificação espiritual é aquela em que a alma se purifica e se despoja segundo o espírito a fim de se acomodar e se tornar apta à união de amor com Deus. A Noite dos sentidos é comum: ela se produz num grande número de iniciantes, e dela nos ocuparemos em primeiro lugar. A Noite do espírito é excepcional; ela é privilégio daqueles que já se exercitaram e avançaram e a explicaremos em segundo lugar. "
"A primeira noite é amarga e temível para os sentidos, tal como veremos. A segunda não tem comparação, é só horror e espanto para o espírito; e como a Noite dos sentidos é pela ordem a primeira que a alma deve atravessa, direi uma palavra sem me estender, visto ser bem conhecida e ter sido descrita com freqüência. Nos deteremos sobretudo na Noite do espírito porque os ensinamentos orais e os livros geralmente as negligenciam e principalmente porque a experiência é rara.
Como o modo pelo qual os iniciantes principiam o caminho divino é vulgar, e como ela está muito sujeita aos seus próprios desejos e elãs, Deus se interpõe para fazê-los progredir, libertando-os de sua baixa concepção de amor. Ele quer eleva-os até Ele, fazê-los abandonar o exercício inferior dos sentidos (a imaginação) e do raciocínio através do qual se busca Deus de modo mesquinho no meio de obstáculos que já assinalamos, e os introduz no exercício mais fecundo do espírito, aquele que permite comunicar menor imperfeitamente com Deus. Ele se ocupa deles porque já desde algum tempo os iniciantes mostraram sua perseverança nos caminhos da virtude pela meditação e pela oração.
Encontrando aí um sabor, satisfazendo seu gosto, eles são pelo menos desligados das coisas do mundo. Suas forças espirituais em Deus são aumentadas e, por isso, eles aprenderam a refrear o apetite que leva para as criaturas. Eis que se tornam capazes de suportar por Deus uma contrariedade, uma aridez sem ter imediatamente a idéia de recuar para encontrar as antigas satisfações."
"Ora, no momento em que estão bem à vontade em seus exercícios espirituais, em que imaginam caminhar plenamente com os favores divinos, bruscamente Deus os mergulha na obscuridade: a porta da felicidade se fecha, a fonte tão agradável da bebida espiritual, em que saboreavam Deus tão freqüente e tão longamente quando desejassem, encontra-se esgotada... E Ele os deixa numa obscuridade tal que eles chamam em vão o socorro do sentido (da imaginação) e do raciocínio para se dirigir. Para onde vão? Eles o ignoram; impossível avançar como antes pela meditação discursiva. O sentido interior, já paralisado nessa Noite, encontra-se tão árido que, longe de reencontrar a antiga satisfação e o encanto das coisas espirituais e de seus exercícios, ele só se choca com desgostos e contrariedades."
"Deus notou que esses iniciantes tinham crescido um pouco; agora, o progresso deve retirá-los dos cueiros, afastá-los do seio alimentar, colocá-los na terra para que aprendam a usar os próprios pés. Se tudo isso parece estranho, é porque tudo se passa no sentido contrário ao dos seus hábitos".


*26º Tiferet - Hod

Ayin (70), o olho; uma conexão em estado de tensão. Capricórnio, Escorpião, Plutão e Urano. Índigo, negro, azul escuro, verde escuro e frio.
Corresponde ao arcano da Construção: XVI - A Torre, Eliminação Lógica, Contração Astral, Destruição física, Casa de Deus (ou XV - O Diabo, a Porta da Matéria).

O 26º caminho é denominado a Inteligência Renovadora porque, por ele, o Deus Santo renova todas as coisas mutáveis que são regeneradas pela criação do mundo.

Do mesmo modo que o 25º caminho é uma Noite Escura da Alma no caminho do Amor ou do Misticismo Devocional, e o 24º caminho é uma prova no Caminho do Poder ou do Misticismo da Natureza e da Arte, pode-se considerar o 26º caminho como uma prova similar no Caminho da Sabedoria, o Caminho Hermético.
Escapar das limitações da forma exige a ruína das construções do intelecto. A idéia que o homem faz de Deus, por exemplo, vai se modificando na medida de sua própria evolução.
O signo de Capricórnio atribuído a esse caminho fala da autoridade, da limitação e da densificação. Mas a cabra que figura esse signo também diz que percorrendo agilmente o caminho, de rochedo em rochedo, poderemos alcançar altos picos. No correr do percurso nossa compreensão se modificará pois, afinal, esse caminho é denominado Inteligência Renovadora. À media em que o ar mental se rarefaz, os processos mentais se transformarão de inteligência em intuição. Esse caminho é uma operação de transformação da consciência intelectual de Hod na consciência iluminada de Tiferet.


*27º Nezah - Hod

Peh (80), a boca; uma boca com língua, ou seja, uma boca que fala. Mercúrio, Peixes e Netuno, Marte. Vermelho, vermelho brilhante raiado de azul e esmeralda.
Corresponde ao arcano do Crescimento e da Mãe: XVII - A Estrela, a Esperança, Intuição, Estrela dos Magos (ou XVI - A Casa de Deus, Senhor dos Exércitos).

O 27º caminho representa a Inteligência Ativa e estimulante porque, por ele, cada ser recebe seu espírito e seu movimento.

Esse caminho é o suporte principal da Personalidade. É o primeiro véu ou barreira do caminho ascendente, ligando o centro do poder criador em Nezah ao centro do pensamento concreta em Hod.
O 27º caminho está na rota do Raio Fulgurante e manifesta a força de vida nos mundos inferiores. Ele liga as sefirot de base dos pólos opostos do Princípios da Manifestação, o pilar positivo da Misericórdia e o pilar negativo do Rigor.
A letra hebraica para esse caminho, Peh, significa boca, órgão que ingere os alimentos (aspecto receptivo) e emite a palavra (aspecto ativo). O Yod que preenche a boca pode ser considerado uma figuração da língua que formula o Verbo em ação, ou até mesmo o próprio Verbo. No caso do 27º caminho, os Verbo se refletiu nos níveis inferiores astral-mental e formou uma veículo para si, a Personalidade. É por meio dessa Personalidade que o Verbo é pronunciado para o nível de existência mais denso, Malkut, o mundo físico.
Como esse caminho representa a estrutura da personalidade, o símbolo da boca nos lembra que a meta da encarnação é a busca do alimento na Forma em benefício da individualidade e do Espírito.
"O nome do caminho dá uma boa indicação. O caminho entre Hod e Nezah é chamado, a partir da letra hebraica que lhe foi designada e do significado de sua raiz, "florescer e murchar", isto é, aparecer e, então, desvanecer. Isso é um fenômeno vital e contínuo da mente. O caminho entre Hod e Yesod é chamado de "Boca", originando-se da letra hebraica Peh; o seu complemento no caminho Yesod-Nezah é chamado de "macaquear ou imitar". Esse caminhos combinados formam, com seus sefirot, um nítido retrato do trabalho dessa tríade. Além do mais, se levarmos adiante esse princípio kabalístico, a palavra "Nakaph", formada pelas letras desses três caminhos, significa "andar em círculos".
Halevi, como se pode notar pela citação acima, estabelece uma relação entre as letras hebraicas e os Caminhos, diferente do que fizeram até agora os autores franceses e ingleses.


*28º Nezah - Yesod

Tsade (90), o anzol; uma cobertura, uma tampa que se fecha. Aquário, Câncer, Lua e Peixes. Violeta, azul celeste, malva azulada, branco matizado de púrpura.
Corresponde ao arcano da Inteligência: XVIII - A Lua, Crepúsculo, Hierarquia Oculta, Perigos Ocultos (ou IV - O Imperador, Filho da Manhã; ou XVII - A Estrela).

O 28º caminha é denominado a Inteligência Natural; por ele, tudo o que se encontra abaixo do Sol é terminado e concluído.

É o caminho de grandes poderes e forças porque, por ele, as forças pura da imaginação criadora são vertidas para o nível subconsciente.
Entre as pessoas cultivadas, a Personalidade deveria ser uma reprodução da Individualidade; em outros termos, o que está embaixo deveria ser semelhante ao que está acima, para estar de acordo com o axioma hermético. Esse fator é mostrado pelo signo de Aquário, , uma linha em ziguezague que lembra o Raio, refletido abaixo por uma linha ziguezague similar. A linha superior representa a Individualidade, a linha inferior a Personalidade. Desse modo, "tudo o que se encontra sob o Sol é terminado e concluído".
A adoração da Natureza também cabe no 28º caminho. O aspecto feminino dessa adoração, Vênus ou Ísis, é indicado pela figura simbólica de Nezah, a Bela Mulher Nua, embora seus aspectos profundos venham de Binah. Esse caminho corresponde ao canal de inspiração artística e de todo trabalho criativo. Ele se refere a Lúcifer, o portador da Luz., cujos aspectos superiores aparecem na lenda do Santo Graal, vaso que teria sido esculpido da esmeralda caída da fronte de Lúcifer. E a esmeralda é a pedra atribuída a Vênus/Afrodite/Nezah.
Os variados significado do 28º caminho vão desde o da polaridade sexual, do contato com os reinos não humanos, até a formação de um canal interior na consciência para a representação dos aspectos superiores da alma.


*29º Nezah - Malkhut

Qóf (100), o machado, uma arma cortante, a nuca. Peixes, Gêmeos, Sol e Leão. Vermelho vivo, camurça salpicado de branco prateado, castanho róseo.
Corresponde ao arcano da Intuição: XIX - O Sol, Luz Resplandecente, Verdade Fecunda, Virtude Fecunda, Ouro dos Filósofos (ou XVIII - A Lua, a Regente do Fluxo e Refluxo, Filha dos Filhos do Todo Poderoso).

O 29º caminho é denominado Inteligência Corporal porque constrói cada corpo criado em todos os mundos, bem como sua reprodução.

Está ligado ao corpo físico, esse grande complexo de sangue, carne, ossos e nervos que o Espírito utiliza para se manifestar sobre a Terra. Também se refere aos instintos fundamentais, em particular à sexualidade e à reprodução. O fato de possuirmos raízes biológicas físicas é uma das verdades que devemos enfrentar no 29º caminho.
O homem urbano tende a aumentar o controle sobre os instintos, o que pode torná-lo cego para as leis da natureza. Mas o homem não pode escapar do seu aspecto primitivo. Ele pode controlar, transcender, mas sempre se deparar á com esse lado da natureza em sua vida física. A aceitação desse estado talvez seja a principal lição do caminho 29º.
Trata-se de um caminho do panteísmo e das etapas primitivas e mais terra a terra do "Raio Verde", a via do misticismo da natureza. Aqui não cabe o "amor" superficial e sentimental do citadino pela natureza, mas sim a atitude ambivalente de amor e ódio do camponês que dela deve tirar sua subsistência através de uma verdadeira luta.
O amor real pela natureza, como o verdadeiro amor humano, não é uma coisa de apreciação refinada e impalpável, mas uma confrontação e aceitação voluntária da realidade. O mito de Leda e o cisne (Zeus) cabe neste caminho. Do seu encontro amoroso nascem Cástor e Pólux, os Gêmeos Celestes, representação da Individualidade e da Personalidade.


*30º Hod - Yesod

Resh (200), a cabeça; uma cabeça humana. Saturno, Urano e o elemento Ar, o Sol. Laranja, amarelo dourado, âmbar, âmbar rajado de vermelho.
Corresponde ao arcano da Ressurreição: XX - O Julgamento. Transformação Astral, Transformações no Tempo (ou XIX - O Sol, o Senhor do Fogo do Mundo).

O 30º caminho representa a Inteligência Coletiva e, por meio dela, os astrólogos adquirem o conhecimento das estrelas e dos corpos celestes e aperfeiçoam sua ciência em função das leis que regem o movimento das estrelas.

Trata-se de um caminho de esclarecimento, que liga a visão do mecanismo do universo, Yesod, à visão do esplendor, Hod. Este é a sefirah do Mensageiro Divino, do Senhor dos Livros, e igualmente do Arcanjo Miguel, que dispersa as forças das trevas.
A letra hebraica significa cabeça, o que supõe inteligência, enquanto que o texto yetzirático sublinha a perfeição da ciência. Nesse texto a astrologia é representativa de todas as ciências, cuja meta é a compreensão das leis com as quais se pode prever os acontecimentos.
O princípio solar do 30º caminho pode lançar uma luz crua sobre os desvios do ser, tais como se manifestam na personalidade. A lança e a espada do Miguel Arcanjo, neste caso, não são apenas as armas simbólicas para lutar contra os demônios, mas as pontas de acusação e cauterização dirigido para o mais profundo do coração daqueles que caminham nos níveis mais baixos desse caminho.
Os caminhos da Árvore da Vida são para a alma como grandes viagens e importantes experiências e aquele que está na demanda do Santo Graal em Keter acolherá com prazer os processos petrificadores no seu caminho. Aquele que ousa se manter nu sob a luz brilhante da Verdade, como fazem os personagens da lâmina do Tarô, compreenderá que iniciou uma Busca verdadeira e probatória e não um romance encantador ou um jogo esotérico de salão.


*31º Hod - Malkhut

Shin (300), o dente; uma flecha em movimento oscilante. Sol, Sagitário e o elemento fogo. Laranja, vermelho vivo salpicado de ouro ou de esmeralda.
Corresponde ao arcano do Amor: "O Arcano Sem Número", o Louco, o Viajante, a Matéria ou XXI - O Mundo (ou XX - O Julgamento, o Espírito do Fogo Primordial).

O 31º caminho é a Inteligência Perpétua, mas porque é assim denominada? É porque ele rege os movimentos do Sol e da Lua em seu rumo próprio, cada um na órbita que lhe convém.

Este caminho comunica a direção ou a revelação de fatores mentais que, elevados a um nível sempre crescente, vão provocar a grande diferença entre o homem e os animais selvagens.
O texto yetzirático, o único com pergunta e resposta, indica que esse caminho se refere à instrução no nível mental.
Ele rege os movimento do Sol e da Lua, símbolos supremos da radiação e da receptividade.
Héstia/Vesta, deusas do fogo, e Prometeu, cujo nome significa "Previsão, que oferecem a principal distinção entre os homens e os animais, podem ser associados a esse caminho.Pode-se dizer que o 31º compreende os instintos superiores, por exemplo, os ternos sentimentos associados à paternidade, à maternidade, à união.
Como ele nos leva a Hod, é influenciado pelos aspectos civilizadores do número e da palavra, que permitem o cálculo e a medida e, também, a comunicação com um nível superior.
Enquanto o caminho 29 nos oferece uma confrontação com a herança biológica, recapitulada no ventre materno, o 31º pode nos revelar os fatores das vidas precedentes que desempenham uma papel importante na formação do temperamento da vida presente.


*32º Yesod - Malkhut

Tav (400), a cruz; um peito. Sol, Saturno e os signos fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário). Índigo, negro, azul escuro, negro rajado de azul.
Corresponde ao arcano da Alegria. XXI - O Mundo, a Coroa Mágica, Adaptação da Obra Magna, Onipotência Natural ou O Louco, o arcano sem número.

O 32º é a Inteligência Organizadora. É assim denominado porque governa e associa os movimentos dos sete planetas guiando-os em suas trajetórias próprias

Esse caminho liga Malkhut, o mundo físico, à Yesod, o véu etérico e inconsciente universal que representa o fundamento da existência física. É um caminho de introversão da consciência sensorial para a consciência das profundezas do mundo interior.
É também o caminho da Iniciação. Yesod, sefirah da Lua, reflete e magnetiza o poder oculto. Deméter e sua filha Perséfone, podem ser assobiadas a esse caminho.
Do ponto de vista psicológico, poder-se-ia dizer que as técnicas freudianas correspondem a esse caminho, na medida em que ajudam a perceber as imagens inconscientes de Yesod em relação a Malkhut, ou seja, à vida cotidiana. Já as técnicas junguianas poderiam ajudar a seguir essas imagens até se tornarem símbolos de transformação que conduzem à harmonia psíquica de Tiferet (caminho 25, Yesod-Tiferet).
O 32º caminho representa as primeiras fases da devoção mística, bem como o caminho que leva aos planos inferiores e à memória inconsciente. Suas lições mais importantes são, no sentido ascendente, a existência da causalidade das coisas num plano mais elevado ou profundo que o do mundo físico e, no sentido descendente, a aceitação de uma limitação do espírito numa forma mais densa.

Agrupamentos dos caminhos

Os Pequenos Mistérios (da Personalidade)
- Os que vão e vêm do ser físico: 32, 29 e 31.
- As estruturas da personalidade: 28, 30 e 27.
- Os laços com a individualidade: 25, 26 e 24.


Os Grandes Mistérios (da Individualidade)
- As estruturas da individualidade: 20, 22 e 19.
- As influências sobre a personalidade: 21 e 23.
- Os laços com o espírito: 13, 17 e 15.


Os Mistérios Supremos (do Espírito).
- As influências sobre a individualidade: 18 e 16.
- As estruturas do espírito: 14, 12 e 11.



Fique na Luz Divina !!!