domingo, 26 de agosto de 2007

*** Mais 2 Niyamas ***

Tapas - Auesteridades ou Firme Comprometimento.

Tapas ou austeridade é a prática intensa de uma disciplina atividade
independente de outros fatores, sejam eles problemáticos ou não.
Significa passar pelos obstáculos com uma atitude positiva. Esses
obstáculos não se referem apenas a situações desagradáveis. Algumas
vezes, quando embriagados de uma felicidade momentânea, passamos a
ver certas atividades antes tidas como importantes serem relegadas a
um segundo plano.

Tapas é a atitude de manter o curso de suas ações, independentemente
se há algum transtorno mental ou físico.

Para o praticante espiritual, um exemplo de tapas seria o de manter
suas práticas diárias, mesmo que por ventura vir a se adoentar. Em
vez de se render ao problema, ele lida com o problema de forma
positiva, buscando manter o curso de suas ações. Isto é Tapas.

Tapas também é traduzida as vezes
como "asceticismo", "perseverança", "ação continuada ou ininterrupta".

Existem três tipos de Tapas, a saber: Sattivica, Rajasica e Tamásica.
A sattivica é feita sem a expectativa de retorno e é envolta em fé.
A rajásica é aquela feita com a expectativa de status,
reconhecimento, orgulho, etc.
A tamásica é a feita por motivos tolos, que causam dano ao corpo e
com a intenção de prejudicar os outros.

Sobre o assunto, Patanjali afirma em seu Yoga Sutras:

Kayendriyasiddhirashuddhikshayatapas | P Y S 2.43
"Pela prática de Tapas, as impurezas são destruídas e a perfeição do
corpo e dos sentidos surgem"

Nesse contexto, tapas passa a ser toda disciplina feita com
assiduidade com a intenção de tornar o corpo resistente as
intempéries como o calor, frio, intoxicação e etc.
São cinco as práticas que promovem tapas para cumprir os propósitos
acima:
· Expor o corpo ao Sol para tornar a pele grossa
· Sujeitar o corpo ao calor ou fogo para torná-lo magro e moreno
· Praticar pranayama para criar calor interno e purificar o corpo
· Desenvolver o fogo da concentração sobre um ponto só
· O "fogo" do jejum

Essas cinco práticas removem as toxinas do corpo e o tornam
resistente, adequando-o a permanecer na prática da meditação por
longo período de tempo.

Swadhyaya - Auto-esutudo, estudo espiritual

Swadhyaya pode ser traduzido como "manter os olhos fechados e
observar sua própria natureza (seu próprio ser)".

É uma prática que pode ser considerada um tipo de tapas mental, como
o antar mouna.

Antar significa "interno/interior" e Mouna "silêncio".
Antar mouna é uma técnica usada para se atingir o estado de
Pratyahara (recolhimento dos sentidos dos objetos exteriores, para
assim seguir a mente e os objetos interiores - em outro artigo
falaremos sobre o assunto), o quinto "passo" do Raja Yoga (ashtanga
yoga) compilado por Patanjali.

Em sua forma mais desenvolvida pode nos levar aos estados de dharana
(concentração) e dhyana (meditação), o sexto e sétimo "passo" do Raja
Yoga.

No Budismo essa prática é conhecida como "vipassana" e é usada de
maneira diferente.

No dia-a-dia, seria algo como revisar o que se pensou e sentiu
durante o dia.

"Pela auto-observação, a união entre o praticante e a sua deidade
desejada é conquistada."

A prática constante da auto-observação gera gradualmente no
praticante o desenvolvimento de uma concentração profunda, que o
levará à percepção direta do objeto reitdo em sua mente, pois pela
aquisição do "silêncio interior" (antar mouna) é gerado na mente um
fluxo constante de conhecimento entre objeto e o praticante em todos
os seus níveis de manifestação (do sutil ao grosseiro).

Fique na Luz Divina!!!
*** ISHWAR PRANIDHAN Auto entrega a Deus ***

De forma simples seria a fé em Deus e o devotamento de si mesmo a Ele
sem nenhuma expectativa de retorno.

A fé não é acreditar em Deus.
Fé é uma certeza íntima, plena, que surge pela experiência direta de
Deus.

Cada um de nós teve alguma experiência que julgamos ser a presença
divina em nossa vida.
Essa certeza íntima, não intelectualizada, mas um sentir pleno e
inquebrantável da existência de Deus, é fé segundo o yoga.

Repetindo: Fé não é acreditar. É saber.

Devoção não é adoração nem ritualismo. É comprometimento, entrega,
confiança. Mas não pela crença ou barganha, mas pela certeza íntima,
pelo saber que advêm da experiência compreendida.

Algumas vezes, mesmo depois de se esforçar persistentemente, nos
percebemos incapazes de ter sucesso em nossas empreitadas (no nosso
contexto, as espirituais, mas isso se aplica a todos os contextos).
Nesse momento, se possuirmos a fé e devoção descritas acima e,
logicamente, sinceridade e pureza, a "graça Divina" nos toca e a
resolução da situação se apresenta a nós.

Perceba que essa é a última Niyama e que ela é como um "prêmio" de
todas as práticas anteriores, tanto dos yamas quanto dos niyamas.
Em verdade, a prática de todas as anteriores com dedicação sincera
culmina na experiência de Ishwara Pranidhana.

Com Ishwara Pranidhana, a perfeição do samadhi pode ser conquistada.

Fique na Luz Divina!!!
*** Algumas coisas sobre os Niyamas.***


Saucha- Pureza

Shaucha (Pureza):
Shaucha significa pureza. Essa pureza não se aplica apenas ao corpo,
mas também à pureza mental, de sentimentos, de expressão, enfim, a
todos os níveis de pureza.
Se falarmos da limpeza física, podemos dividi-la em duas partes: a
interna e a externa.
Sendo a pureza descrita por Patanjali em seu Yoga Sutras, shaucha tem
um aspecto mais universal, e nos sutras essa limpeza não é detalhada.
Já no sistema de hatha yoga ela é bastante estudada e vários métodos
são apresentados.
Se falarmos da limpeza exterior, o hatha yoga descreve práticas que
vão desde a limpeza dos dentes até a limpeza da pele.

O hatha yoga descreve seis processos de purificação interna, a saber:
Dhauti, Basti, Neti, Tratak, Nauli and Kapalbhati. Em outro artigo
estudaremos com mais detalhes esses métodos.

Já para a purificação oral o yoga recomenda a pratica do "jejum da
fala" ou a prática do silêncio, alguns pranayamas e mantras.

É fácil observar que todos os métodos de limpeza descritos acima
afetam diretamente a mente, pois há uma relação direata entre mente e
corpo. Seja qual for o processo yogue que você pratica, isso afetará
tanto a mente como o corpo.
Mas existem algumas técnicas específicas para a purificação mental,
como a recitação de mantras e a pratica do Trataka ou visualização
concentrada.

No livro nº2 de seu Yoga Sutras, sutra 40, Patanjali nos diz o
seguinte sobre o resultado da prática de Shaucha:

Shouchatswangjugupsa parairsansargh | P Y S 2.40

"Da purificação vem a indiferença para com o corpo e o desapego / não
desejo em relação a outros (corpos)."

Quando o praticante desenvolve o senso de shaucha, surge nele
gradulamente uma sensação de indiferença pelo corpo. Essa sensação
não é fruto do descaso ou nojo do corpo, mas sim é fruto da
compreensão da real natureza do corpo, como mero instrumento
transitório da manifestação consciencial.
Assim, também surge no praticante a renúncia ou desapego com relação
aos corpos de outras pessoas e em grau profundo, a renúncia do desejo
de ter outro corpo em uma encarnação futura.
Logicamente, essa "indiferença para com o corpo" é algo muito
profundo e a fundamentação dessa afirmação feita por Patanjali nos
levaria a um estudo de longo duração sobre o tema.

A seguir Patanjali nos diz:

Satvashuddhisoumansyekagredriyajayatmadarshan yogyatwani cha | P Y S
2.41

"Pela prática da purificação mental (sattvashuddi), leveza de
espírito, mente tranqüila, controle dos órgãos dos sentidos e a visão
do puro Ser são conquistadas."

Santosha - Contentamento

Ao observar a Natureza, podemos constatar que todos os seres vivos
passam sua existência num esforço diário para estarem numa condição
melhor do que estão. Essa busca natural pelo bem-estar e paz é
empreendida tanto pela árvore, quanto por uma ave, um cachorro ou
pelo homem.
No entanto, a relação humana com esta busca pode e deve ser feita sob
a luz do discernimento. Enquanto que para os animais a condição de
satisfação interna é totalmente dependente do meio externo, no homem
essa condição de satisfação interna pode e deve ser cultivada
internamente.

A prática de santosha é de extrema importância, pois ela é uma
virtude que nos ajuda a solidificar nossas bases espirituais para
que, gradualmente, possamos alçar vôos mais altos.
Para a grande maioria das pessoas, a sensação de satisfação mental e
de paz ainda é tida como tendo sua causa nos objetos exteriores,
sejam eles uma casa, um carro ou até mesmo outra pessoa.

Mas o praticante espiritual deve compreender que o contentamento é um
estado de espírito, uma conquista feita pela sabedoria e não algo
intelectualizado.
O contentamento não é algo derivado de uma reação mental sobre um
incidente específico. Mais do que isso, o contentamento é um estado
que não depende de qualquer incidente externo para ocorrer.
Num sentido mais profundo e esotérico, contentamento é o estado de
espírito onde o praticante espiritual aprende a estar feliz com
aquilo que possui ou experimenta no momento, ficando sempre
consciente da transitoriedade das coisas.

Para ilustrar melhor o estado de Santosha, conto uma breve parábola
indiana:

"Em uma vila remota, aos pés do Himalaya, vivia um sábio de forma
reclusa, isolada. Apesar de nunca ter se proclamado sábio e mestre de
ninguém, o velho senhor era assim tachado pela população local.
Certo dia apareceu um senhor acompanhado de sua jovem e bela filha.

Ao se aproximar do mestre, o pai da garota falou respeitosamente:"
Senhor, venho a ti pedir-te para que instrua a minha única filha na
senda da Verdade. Ela é a minha jóia mais preciosa e a confio a ti.
Por favor, aceita-a."

O mestre escutou as palavras e apenas respondeu: "É mesmo?" –
continuando a mexer sua comida que cozinhava em uma panela de barro.

Por meses o mestre ensinou e cuidou da garota com todo apreço.
Nesse mesmo período, a garota se apaixonou por um garoto da vila e
acabou engravidando.

Envergonhada e sem saber como proceder corretamente, resolveu fugir e
contar a seu pai que o mestre a havia violentado e que agora estava
grávida.
Ouvindo essa história da boca de sua própria filha e não desconfiando
de seu caráter, o pai da garota foi imediatamente ter com o mestre e
lá chegando disse fora de si: "Hipócrita! Como ousa achar-se sábio e
tomar a guia de outros sobre a sua responsabilidade? Minha filha está
grávida e o filho é seu! Minha filha é uma jóia e nunca mentiria para
mim! Por conta disso você ficará fadado a cuidar da criança assim que
ela nascer. Por pra minha filha volta a ficar comigo. Nunca mais a
verá, velho hipócrita!"
Escutando tudo com tranqüilidade, mais uma vez o sábio respondeu: "É
mesmo?"
Ao saber dessa história, toda a vila passou a desacreditar o mestre e
a emitir julgamentos e contar histórias sobre o caráter impróprio do
mestre.
Passado os nove meses da gestação, a garota deu a luz a um lindo
garoto que prontamente foi levado ao mestre e entregue a seus
cuidados.
Por anos o mestre cuidou daquela criança como seu próprio filho e o
instruiu na senda da Verdade.
Após sete anos, a garota já não agüentava mais o remorso em seu
coração e acabou por confessar ao seu pai a mentira que vinha
sustentando por todo esse tempo.
Ao saber da mentira, o pai se encheu de vergonha, não pelos atos da
filha, mas pelos seus próprios atos, pela maneira como ele e a vila
toda vinham tratando o velho sábio por todos esses anos de forma
injusta.
Correu o mais rápido que podia para a cabana do mestre e se prostou
no chão dizendo suplicante: "Senhor, rogo que me perdoe! Soube a
pouco da mentira de minha filha. Por favor, perdoe-me por ter
infligido a ti tamanho fardo!
Vim buscar o neto que reneguei a sete anos e libertá-lo desse fardo
injusto!"
Escutando atentamente o sábio respondeu com plena doçura no olhar: "É
mesmo?".
Mesmo depois de todas as experiências vivenciadas, tanto de dor como
de alegria, o mestre se manteve inabalável em sua paz interna, não se
apegando nem a dor, nem a alegria, pois sabia que ambas eram
passageiras. Ele estava firmemente estabelecido no princípio de
Santosha, sendo feliz em sua paz e tranqüilidade mental.
Para se estabelecer em santosha, a mente deve se preparar
gradualmente, buscando a cada experiência exercer o controle sobre as
relações de prazer e dor, através do discernimento sobre a
transitoriedade de ambas.

A raiz da felicidade está nos sentimentos, na natureza essencial das
coisas. E a raiz do sofrimento está no desejo (carência emocional).
Sentimento é algo diferente de emoção.

Um antigo verso indiano nos diz:
Asha nam manushyanamkachitdashwaryashrunkhala |
Yaya baddha pradhavanti muktastishathatipanguvat ||

"Esperança é como uma corrente que, quando presa a ela, a criatura
começa a corer. Quando libertada dela, a criatura encontra a paz
profunda."

A palavra "esperança" vem de "esperar".
O ato de esperar invariavelmente requer um objeto para existir, seja
ele mental, espiritual ou físico.
E quando esperamos algo geramos espectativas. Espectativas essas que
tem sua raiz plena em um desejo, em um "querer".

Num sentido mais profundo da prática spiritual, todo o desejo, até
mesmo o da liberação ou iluminação, é visto como um anel da cadeia de
sofrimentos.

Mas para aquele que busca Santosha, Patanjali deu a seguinte
descrição para nos motivar, mostrando o que ocorre com aquele que se
mantém no estado de Santosha:

"Felicidade incomparável e sem precedentes vem àquele que pratica o
contentamento."

Fique na Luz Divina!!!
*** BRAHMACHARYA - O Princípio da Continência ***

O Estudante de Yoga deve seguir a continência.
A palavra sânscrita brahmacharya é comumente traduzida como celibato
ou abstenção sexual. No entanto, a palavra tem como tradução
literal "Brahman é o mestre (ou senhor)".

Os brahmacharis são facilmente identificados por terem a cabeça
raspada e apenas um pequeno tufo de cabelo na região do chakra bindu.

Esse tufo, chamado chuda, representa uma bandeira, um marco enterrado
num ponto que simbolicamente está associado ao lago bindu, formado
pelas correntes do rio Saraswati e que é onde, segundo os puranas, os
sábios e rishis se reúnem para "voltar para casa".

Assim, fica claro que a prática de brahmacharya está ligada
estritamente á busca da visão espiritual de tudo e em tudo.

Para que essa visão se desenvolva é preciso a prática da continência,
ou seja, do controle dos sentidos.

A grande confusão feita com o relacionamento de brahmacharya e
sexualidade está na falta de compreensão de que os desejos, que
norteiam nossos sentidos, estão situados no centro de energia
conhecido como chakra sexual.

Ao falarmos de desejos estamos falando de todos os desejos e não só o
sexual.
A prática da continência ou brahmacharya está em, por exemplo, comer
um só chocolate e não a caixa toda.

De forma simples, é "saber a hora de parar".
Ao se relacionar com um objeto o praticante deve buscar a compreensão
da essência emocional que envolve o ato, seja ela de gosto, desgosto
ou neutralidade.

Com a prática firme de brahmacharya, os estados de dhyana (meditação)
e dharana (concentração) são facilmente conquistados.

Que fique claro que a prática do brahmacharya não se restringe a
monges, mas a chefes de famílias também.

Ela é uma das pedras de sustentação da prática do Yoga, pois se a
mente flutuar sem controle sobre as relações de gosto e desgosto, ela
tenderá a se engendrar mais e mais na construção da dualidade que
cerca nosso universo, ampliando o abismo entre matéria e
espiritualidade.

Como disse Patanjali Rishi:

Brahmacharyapratishthayam viryalabhah || P Y S 2.38
Aquele que observa a continência, se ilumina e conquista vários
siddhis (perfeição ou poderes paranormais).

Aparigraha - O Princípio do Desapego ou Não Possesividade

Aparigraha significa não possesividade.
Guardar coisas que não são mais úteis para nós é conhecido em
sânscrito como parigrah.
Num sentido mais profundo, aparigraha não é apenas o desapego, mas
também o ato de estabelecer a real necessidade do objeto em si.

Normalmente, quando entramos em contato com um objeto através de
nossos sentidos, que estão sendo dirigidos pelos nossos desejos,
temos a tendência de "recompensar" o esforço que resultou nesse
contato.

Por exemplo: Se estamos com sede, enchemos uma jarra de água e
tomamos um ou dois copos de água para "matar" a nossa sede. No
entanto, ao terminar esses copos de água e perceber a sede saciada,
olhamos para a jarra ou copo ainda com água e ficamos na dúvida sobre
o que faremos: Guardamos ou jogamos fora?

Independente da resposta, o ato em si está relacionado com a relação
de compensação do esforço produzido para que o ato (saciar a sede)
fosse realizado.

O ponto em si é que normalmente temos a tendência à guardar coisas
que julgamos ser importantes, mas que muitas vezes sabemos que não a
utilizaremos depois.
Fazemos isso com objetos materiais, com sentimentos de prazer, de
dor, com variações emocionais e mentais...

A prática de aparigrah consiste em, primeiramente, perceber seus
apegos, o que estamos retendo. Depois consiste em eliminar aquilo que
não tem mais utilidade para nós.
O resultado dessa análise e eliminação é o desapego.

Aquele que aprendeu e segue aparigraha de forma completa consegue o
conhecimento do passado, do presente e do futuro. Ele também conhece
sua vida anterior.

Fique na Luz Divina!!!
*** SATYA - O Princípio da Veracidade ***

Satya é um aspecto importante que deve ser considerado profundamente.
A exemplo do que ocorre com ahimsa, Satya não é apenas falar a
verdade, mas sim a compreensão adequada do que é construído pela
mente e que por sua vez é percebido pelos sentidos, seguido da
transmissão dessa percepção ao exterior, através da fala e de outros
meios de expressão externa.

Essa compreensão adequada é algo como reproduzir fielmente o que foi
percebido (seja através da visão, audição ou compreensão mental),
pela fala e também pela mente.

Satya é a veracidade, autenticidade de nossa expressão em todos os
aspectos.
Além dessa compreensão adequada que foi descrita acima, para Satya
ser efetivada é preciso que a expressão dessas percepções seja feita
sempre de acordo com os princípios internos pessoais, ou como
dizemos, de acordo com a índole espiritual do yogue.
Satya também é ser plenamente confiável.
Não mentir não é ser verdadeiro, mas ser confiável sim. Ser confiável
principalmente para nós mesmos.

Satya não é relativa.

Como dizia Sri Ramakrishna, "O que é verdade é verdade, seja ela dita
ou feita por um assassino ou impuro. O que é falsidade (ou não
verdadeiro) o é, seja ela dita ou feita por um grande santo."

Patanjali nos diz em seus sutras, livro 2, sutra 36 que "pela prática
constante da verdade e um comportamento adequado, o estudante adquire
vachasiddhi…" ou seja, suas palavras serão perfeitas e sempre
abençoadas.

Asteya - O Princípio da Não Possessão Indevida

Steya tem como tradução roubar. Asteya é "não roubar".

Num sentido mais profundo, asteya não é apenas o não roubo de um
objeto material pertencente à outra pessoa e a manutenção dessa posse
ilegal. É não reter algo como seu sabendo que não pertence a você.
Nesse sentido, achar algo e manter esse algo como seu, sabendo que
esse algo não lhe pertence, é steya ou roubo.

Da mesma maneira, reter idéias ou tomar posse de uma repercussão de
uma ação que, sabidamente, não é destinada a você também é steya.

A prática de asteya ou honestidade consiste em reter de forma correta
apenas aquilo que concerne a você, sejam objetos materiais, reações
emocionais ou estados mentais e, se a situação lhe pedir, deixar
claro o que pertence a outro.

Portanto, é uma prática que requer lucidez extrema.

Quando a mente se vê envolvida pela prática de steya ou posse
indevida, todo o corpo acaba sofrendo. O coração acelera, o sono é
perturbado e as relações pessoais também...

Uma pessoa passa a trabalhar com um estado de mente atordoado,
pensando em sua posse indevida.

Cedo ou tarde as reações desse ato indevido virão à tona e o
sofrimento também.

O aspirante spiritual é agraciado com todas as jóias (virtudes)
quando ele pratica asteya.

Fique na Luz Divina!!!
*** AHIMSA - O Princípio da Não Violência ***

A prática de Ahimsa é um dever ou uma condição para a prática do yoga.
Ahimsa significa não-violência para com todos os seres. A violência é
uma fonte de sofrimento, portanto Ahimsa pode ser considerada a
prática de evitar causar sofrimento a todos os seres, sejam eles em
um corpo ou sem ele (desencarnados).
Muito mais do que apenas não agredir fisicamente ou a violência
física a outros, Ahimsa é primariamente a não-violência de si mesmo.
Ver a não-violência como sendo apenas o ato de não matar ou machucar
alguém é uma visão limitada.

A Não-Violência real é o estado de não machucar alguém verbalmente,
mentalmente, emocionalmente e fisicamente.
Como já foi dito, o principal aspecto da prática é a ausência de
agressividade interior, ou seja, a não-violência de si mesmo e a
conquista do respeito próprio.

Pois, é impossível qualquer forma de respeito pleno sem a fluidez do
amor.
É impossível qualquer forma de comprometimento pleno sem a percepção
do amor.
Ame esse momento, cada passo, cada experiência!
E o Cosmos irá se comprometer com você.
Somente assim econtraremos o real respeito.

Aquele que observa a prática da não-violência obtém sucesso na
eliminação dos sentimentos de inimizade. Com a prática continuada por
longo tempo, essa ausência de inimizades vai refletir não só ao
praticante, mas também em todos os arredores e a idéia de inimizade é
eliminada das mentes que entrarem em contato com o praticante.
Esse estado era dominado em perfeição por São Francisco de Assis, que
conversava e andava no meio dos animais, mesmo os mais ferozes.

Fique na Luz Divina!!!
*** Acredite se quiser! ***

Enviado por: Adilson Marques – 19/08/2007

A cada novo dia me convenço que fomos hipnotizados por Deus antes de
encarnarmos. Por causa disso, tudo o que fazemos, sentimos e pensamos não
passa de uma grande ilusão que só existe dentro de nossos cérebros. E Deus é
tão bom que nos deu uma pista para descobrirmos isso: a hipnose.
A hipnose seria, então, a ilusão dentro da ilusão, ou seja, uma forma de
constatar como a realidade só existe dentro de nosso cérebro.
Ninguém precisa acreditar no que vou relatar, mas uma pessoa hipnotizada é
capaz de ouvir um pássaro cantando e fugir desesperado por ter escutado o
rugir de um leão. Da mesma forma, um outro é capaz de segurar uma pequena
pedra e acreditar que segura lava incandescente de um vulcão. E a pessoa
acredita tão piamente nisso que até bolhas de queimaduras podem aparecer em
sua mão. E o que falar daquele outro que ri gostosamente da “fantasia de
palhaço” que um outro coloca sempre que tira os óculos. Ou seja, quando está
usando os óculos, está normal; quando tira, está com roupa e máscara de
palhaço. E poderíamos falar daquele que toma água acreditando que saboreia
um delicioso vinho tinto português e daquele que olha para uma pessoa branca
e gorda e vê uma pessoa negra e magra? Poderíamos dar muitos outros
exemplos, mas esses já são suficientes para demonstrarmos como a realidade
não está fora, mas dentro de nosso cérebro. Em cada sinapse uma associação
de pensamentos, sensações, emoções e percepções interagem para dar um
significado às diferentes ondas energéticas que chegam ao cérebro através
dos órgãos dos sentidos.
Porém, o cérebro não é capaz de diferenciar se o estímulo veio de fora ou de
dentro (pensamentos) e irá construir uma realidade a partir destes
estímulos. Daí a importância da hipnose como uma forma de ressignificar
nossas experiências. Por isso, trata-se de uma ferramenta muito perigosa nas
mãos de pessoas sem escrúpulos ou valores éticos e espiritualistas.
No campo da saúde e da educação a hipnose é uma ferramenta indispensável,
podendo, em questões de minutos, aumentar a auto-estima de uma pessoa,
tirá-la de uma depressão profunda, acabar com sua ansiedade, libertá-la de
apegos e aversões construídas ao longo da vida etc.
Como a maior parte das doenças são somatizações de pensamentos e sentimentos
negativos, ressignificando suas experiências, muitos traumas são eliminados
e previnem-se muitas enfermidades. Aliás, a cada nova doença descoberta pela
medicina, podemos dizer que novos doentes são criados. Por exemplo,
acredita-se que cair o cabelo é um dos sintomas de quem faz quimioterapia,
porém, será que a queda de cabelo não seria muito mais um condicionamento
mental do tipo, “sempre que eu fizer quimioterapia meus cabelos vão cair”.
Ou seja, a pessoa que condicionou sua mente a pensar dessa forma terá,
realmente, menos cabelo após cada sessão de quimioterapia, como aconteceu
com o rapaz hipnotizado acima que acreditou ter queimado a mão com uma pedra
fria. O fato de ele acreditar que a pedra era quente foi o suficiente para o
seu organismo criar bolhas de queimaduras na mão.
Em outras palavras, quando condiciono a minha mente a pensar que “se fumar,
terei câncer”, aí sim terei mesmo. Se condicionar minha mente a pensar que
“se comer, ficarei gordo”, então ficarei mesmo. Em suma, somos aquilo que
pensamos ou acreditamos.
Como recurso terapêutico, a hipnose pode ajudar na configuração de
condicionamentos positivos, ajudando a pessoa a encontrar a felicidade e sua
paz interior, já que a verdadeira felicidade não depende de condicionamento
exterior. Além disso, ela será capaz de amar a vida humanizada que possui,
com todos os seus altos e baixos, pois tudo dependerá da forma como seu
cérebro está condicionado para transformar em realidade as diversas ondas
energéticas que chegam até ele.

Fique na Luz Divina!!!
*** YOGA ***

A palavra Ashtanga vem do sânscrito e é composta pela união de outras
duas palavras, a saber: Ashta e Anga.
Ashta tem como tradução oito e Anga pode ser traduzida como partes ou
ainda membros. Assim, a tradução livre da palavra é algo como O Yoga
das Oito Partes ou os Oito Membros do Yoga. Comumente é chamada de
Yoga dos Oito Passos. O Ashtanga Yoga é baseado na filosofia
sistematizada e explanada pelo sábio Patanjali. No entanto, a prática
do Yoga em si é muito mais antiga datando de cerca de 5.000 anos
antes de Cristo, pois há descrições dela tanto na Filosofia Védica
como nos Tantras.

Patanjali, através de seu renomado tratado Yoga Sutras, transformou
os ensinamentos em um Darshan ou filosofia. Em seu Yoga Sutras,
Patanjali reformulou o Yoga, criando as suas oito partes.
O conjunto de práticas também é

As oito partes do Ashtanga Yoga:

1. Yama (Princípios ou código moral – auto restrições)

* Ahimsa – O princípio da Não-Violência.
* Satya – O princípio da Veracidade.
* Asteya – O princípio da Não Possessão Indevida.
* Brahmacharya – O princípio do Controle dos Desejos / Continência.
Não é somente o celibato.
* Aparigaha – O princípio do Desapego ou Não-Possesividade.

2. Niyama (Disciplinas Pessoais – auto-observâncias)

* Shaucha - Pureza
* Santosha - Contentamento
* Tapas – Austeridade, firme comprometimento
* Swadhyaya - Auto-estudo, estudo espiritual
* Ishwar Pranidhan – Dedicação, auto entrega à Deus.

3. Asana - (Posturas do Yoga / posições corporais) Uma postura
estável e confortável que nos ajuda a atingir um equilíbrio mental.
Para mais detalhes veja (http://www.yogashala.org.br/artigos/yoga/o-
hatha-yoga.html)

4. Pranayama - (Controle da Bioenergia) Extensão e controle da
Bioenergia.

5. Pratyahara - (Retraimento dos Sentidos) Uma preparação mental que
nos ajuda a aumentar o poder da mente.

6. Dharana - (Concentração Sobre um Objeto) É a concentração da mente
sobre um objeto e seu campo.

7. Dhyana - (Meditação) É o retraimento da mente de todos os objetos
externos e trazer o foco da mente para o fluxo contínuo de lucidez
sobre um ponto, observando-o com insenção.

8. Samadhi - (Expansão da Percepção da Consciência) Estado onde
imperam a beatitude, felicidade e a dissolução do foco de Consciência
individual com a Consciência Universal (união do jivatman com o
paramatman).
Este é o objetivo final do Yoga, culminando na emancipação (moksha)
ou libertação (mukti).

Fique na Luz Divina!!!
*** DIZERES DE UMGRANDE SÁBIO ***

Diz Gautama, o Buda:
“Outrora, esta mente vagueava com os sentidos regalados, onde quer que lhe
tivesse agradado, como tivesse desejado e quando lhe tivesse aprazido.
Agora eu vou judiciosamente contê-la.
Sede fervorosos na diligência; velai por vosso coração; Desprendei a vós
mesmos dos maus caminhos, da mesma forma que o forte elefante luta pra se
livrar do atoleiro.
Se vós achardes um companheiro prudente e valoroso de se andar com ele, que
seja possuidor de boa conduta e inteligente, sobrepuje todos os perigos e
andais com ele alegre e refletivo.
Se vós não achardes um companheiro prudente e valoroso de se andar com ele,
aja como um rei que renuncia a seu reino ou como um elefante na floresta dos
elefantes: Andai a sós!
É melhor viver só; não há companheirismo com um tolo.
Que alguém ande só, e não faça mal, e fique despreocupado como o elefante na
floresta dos elefantes.”

Neste pequeno trecho, Buda nos mostra que a busca pelo autoconhecimento que
nos liberta do sofrimento é uma escolha que cada um pode (e deve) ter.
Ele mesmo nos diz que num passado vivia de forma despretensiosa, sem lucidez
seguindo apenas os desejos que brotavam em seu ser através do contato dos
seus sentidos corporais com o mundo.
São esses desejos que geram as agitações da mente.
Mas Buda não falou de forma radical, ou seja, não podemos desejar nada.
Muito pelo contrário. Ele nos fala para sermos judiciosos, usarmos nosso
discernimento.
Sabemos o quanto é difícil manter nossos desejos sob controle. É o doce que
comemos por gula, e a camisa que compramos por impulso, e a briga com o
namorado ou namorada por impulso, enfim, cada desejo que temos, tem por trás
uma variação emocional que o motivou.
Assim, Buda ainda deixa outra dica para que gradualmente possamos nos
purificar: a boa companhia.
Mas o que seria essa boa companhia?
Geralmente associamos essa companhia a andar com uma pessoa ou grupo de
pessoas. Mas o sentido é mais profundo.
Também “andamos” com a leitura, com a música, com a TV, com o cinema...
Mas como saber o que é bom ou ruim, visto que isso é subjetivo nos dias de
hoje?
Simples: busca o que é prudente, o que agrega valor, que lhe inspira e lhe
trás um senso de bem-estar, e que não cause danos aos outros, porque nossa
felicidade e bem-estar não deve ser a custa da infelicidade ou mal estar de
outros, não é mesmo?
Uma boa música, uma boa leitura, um filme, enfim, algo que te inspire e que
lhe abra novas possibilidades de expressar seu carinho de forma mais
ordenada e lúcida, um amigo ou amiga que lhe cause admiração e inspiração
virtuosa. Tem melhor companhia do que essa?
E o alicerce dessa experiência é a Verdade. Não a verdade relativa dos
homens, mas a verdade pura e essencial.
Não mentir não é “dizer a verdade”. Ser sincero e confiável sim.
Ser sincero e confiável não para os outros, mas principalmente pra si mesmo.
E para isso ocorrer, é imprescindível a presença do carinho, do bem-querer,
do Amor.
Não faça do Amor algo mágico, de outro mundo.
Faça dele algo natural, presente no seu dia-a-dia.
O amor não é um dom. É a nossa natureza.
É só se permitir a presença dele que ele se manifestará.
É deixar fluir.
Acaso há alguma coisa que lhe impeça de, nesse exato momento, olhar pro lado
e dizer “Eu te amo”, com sinceridade e profundidade?
Só você é o impedimento.
A reação do outro perante o amor cabe ao outro e não a você.
Nós humanos devemos praticar um pouco esse outro pensamento: Ao invés de
julgar, AME!

Fique na Luz Divina!!!
*** PENSAR MENOS, SENTIR MAIS...***

-Texto enviado pela Amiga Blanca Paes.

Acordei pensando...
O dia foi avançando e eu continuei pensando sobre um monte de coisas...
Dormi pensando...
E logo cedo, antes mesmo de me dar conta que estava respirando, já comecei a pensar...
- Cansei de tanto pensar!
- Por que você pensa tanto sobre tudo se sempre resolve sentindo?
Nossa, que perda de energia...
Constatei, percebendo que minha mente dessa vez estava com a razão.
- Mas logo você que adora pensar está me chamando atenção para isso, respondi para ela.
- Estou cansada de pensar sobre tudo... Entra dia, sai dia e eu trabalho intensivamente só pensando...
- Chega! Quero descanso! Ainda mais que você pensa, pensa, pensa e, na hora de decidir, sempre escuta o seu coração e não me escuta.
Bom, confesso que dessa vez tive que dar razão à minha mente, ela me mostrava uma coisa que ainda não tinha me dado conta.
Para que pensar tanto quando o que me guia é o sentir?
Vi que gasto uma energia enorme pensando sobre coisas que resolvo sentindo com o coração.
- Acho que pensar é um vício difícil de ser curado, falei baixinho.
Encontrar o equilíbrio entre o pensar e o sentir é uma chave a ser buscada...
Aprendemos tanto a pensar sobre as coisas, a pedir que as pessoas pensem sobre os assuntos que, nem percebemos como deixamos meio de lado ou muito de lado, a nossa intuição, esquecemos de sentir sobre as coisas...
É no sentir que a nossa alma encontra espaço entre os pensamentos para nos dar sinais, para nos indicar caminhos.
Quantas vezes para tomar uma decisão ou fazer uma escolha a gente sente sobre aquilo ao invés de pensar sobre?
Sempre sigo o coração e entrego meus caminhos ao grande mistério...
Mas, com essa chamada da minha mente, entendi que gasto muita energia pensando e, no final, sempre sigo o coração...
Falo daqueles pensamentos que não levam a lugar nenhum.
É claro que os pensamentos que organizam nossos momentos e que sintetizam as situações nos trazem equilíbrio.
Mas, os pensamentos que só nos emaranham nos caminhos da razão, que tenta controlar tudo para nos impedir de seguir o coração, esses são uma perda de energia e uma forma de nos prender a padrões antigos e limitantes.
Bom, a partir dessa conversa, passei a sentir mais e a não gastar tanta energia pensando.
Mas, quando me calo, sinto uma paz tão profunda e uma calma tão acalentadora que é como encontrar um oásis no meio de um deserto árido.
E quando experimentamos esse silêncio, a gente sempre quer mais.
Que bom se a gente acordasse sentindo mais, passasse o dia sentindo mais e dormisse sentindo mais...
Precisamos desaprender um pouco do pensar e começar a exercitar o sentir que vem da alma...
É só parar um pouquinho e quando vier aquela chuva de pensamentos, se observar naquele caos e pular fora dele, mergulhando no profundo que se abre quando o silêncio se faz...
(texto de Rúbia A. Dantés)
Recebi este texto que considerei tão interessante a ponto de querer compartilhá-lo com você.
Junto a ele, envio-lhe muito amor, carinho, boas energias e meus desejos de dias e noites repletas de saúde, amor e muita luz!

Fique na Luz Divina!!!