sábado, 9 de fevereiro de 2008

*** ENEAGRAMA ***


* “O eneagrama é o movimento perpétuo, é esse "perpetuum mobile" que os homens buscaram desde a mais remota antiguidade, sempre em vão. E não é difícil compreender porque não podiam encontrá-lo. Buscavam fora de si mesmos o que estava dentro deles. E tentavam construir um movimento perpétuo como quem constrói uma máquina, quando o movimento perpétuo é parte de outro movimento perpétuo e não pode ser criado fora deste... A compreensão desse símbolo e a capacidade de utilizá-lo dá ao homem um poder muito grande. É o movimento perpétuo e também é a pedra filosofal dos alquimistas”.

Essas palavras foram ditas por Gurdjieff em 1917, quando introduzia o Eneagrama a um grupo de alunos em São Petersburgo. Desde que Gurdjieff trouxe para o Ocidente esse símbolo sagrado, muito se falou dele, mas pouco se compreendeu, pois ele só se revela àqueles que saibam lê-lo.
Por isso o Grupo Gurdjieff São Paulo iniciou um trabalho inédito de estudo e aplicação prática do Eneagrama através de reuniões semanais, buscando levar os participantes a um nível superior de compreensão do Divino, do Universo e do Humano.

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* AS 3 ETAPAS DO TRABALHO COM O ENEAGRAMA

- A primeira etapa do nosso programa consiste no reconhecimento do Padrão de Comportamento. O Eneagrama é o mapa que descreve nove emoções a serem investigadas, cada uma relacionada a um Padrão de Comportamento.
Através de exercícios de auto-investigação, o participante traz para o consciente muitos de seus mecanismos de defesa, que são inconscientes e assumem a maneira como se percebe a realidade. Estes mecanismos de defesa, que podem ser chamados também de Vícios Emocionais, são poderosos alienadores.
Para ilustrar o que ocorre com o indivíduo, tomemos como exemplo a Raiva, que é uma das emoções investigadas. Quando ela é um Vício Emocional para o indivíduo, ele constrói uma vida regida pelo esforço voltado ao que é “certo”, tornando-se crítico, julgador, exigente consigo e com os outros. Assim afasta-se do que quer, reprimindo qualquer sentimento que venha em favor disso, em favor do que se “deve querer”. “Tenho vontade de descansar, mas não é certo, devo me esforçar mais” ou “Se eu faço o outro também deve fazê-lo”. Assume uma máscara de disciplina que apenas justifica sua Raiva inconsciente.
Nesta etapa, o indivíduo desenvolve uma maior observação de si, refletindo sobre a influência das 9 emoções no seu comportamento e visão da realidade, tornando-se, desse modo consciente do seu Vício Emocional. Como conseqüência, emergem uma consciência maior e o respeito pelas diferenças.

- Na segunda etapa ampliamos o contexto da etapa anterior, explorando o mapa do Eneagrama em relação à formação do Padrão de Comportamento e como sua adoção está relacionada com uma maneira de se auto-organizar para sobreviver. Neste momento do programa, as pessoas entram em contato com o que está por detrás do Padrão de Comportamento, a Essência. Todas as peças do quebra-cabeça foram encaixadas e fica mais clara a influência de cada uma delas na conduta.

- Na terceira etapa, o Eneagrama é utilizado para descrever o processo de Neutralização do Vício e Intensificar o contato consigo mesmo, parando o fluxo de satisfação secundário (Padrão de Comportamento) e recuperando o fluxo primário (Essência).

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* ÂMBITO PESSOAL
Quem é você ? O que realmente quer ?
Quais emoções lhe influenciam? Como trabalhá-las ?
O que impede seu potencial?
Responder a estas perguntas pode não ser tão simples quanto parece. Na maioria das vezes as pessoas respondem falando de características externas, como profissão, local de nascimento, estado civil, etc...
A dificuldade se dá pela distância entre a Essência (o que somos) e o Padrão de Comportamento (o que adotamos). Nos distanciamos do que realmente somos e adotamos um Padrão de Comportamento para sermos aceitos pela sociedade. Entretanto, adotar um Padrão de Comportamento implica abrir mão da criatividade e livre-arbítrio.
O trabalho com o Eneagrama faz com que o indivíduo reconheça o território do padrão de comportamento e recupere o contato com a essência, diminuindo a distância entre eles.

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* OS 9 TIPOS DE PERSONALIDADES
Atenção: A seguinte descrição dos Tipos de padrão de comportamento objetiva uma visão geral, sendo insuficiente para uma auto-identificação.
É importante lembrar que não somos um Tipo de padrão de comportamento, mas sim, adotamos um como mecanismo de defesa ou de organização funcional na família e na sociedade.
Nessa abordagem desaconselhamos a tentativa de auto-identificação por meio de questionários ou avaliações. Isto porque compreendo que sozinho o indivíduo só irá reconhecer aquilo que estiver dentro da ótica de seu próprio Tipo. É necessária a contribuição de um profissional que lhe ajude a ampliar esta visão de si e consequentemente da identificação de seu próprio Tipo.


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Tipo 1 - O Perfeccionista
Vício Emocional = Raiva
Características Positivas
· Disciplinados
· Objetivos
· Determinados
· Comprometidos
Características Negativas
· Intransigentes
· Rígidos, intolerantes
· Exageradamente exigentes
· Tensos
As pessoas que adotaram o Tipo 1 são centradas na ação, têm um senso prático exigente, que dá prioridade às tarefas a serem realizadas. O vício emocional é a Raiva, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude esforçada e auto-imagem virtuosa – Eu estou fazendo a minha parte.
O nome Perfeccionista vem do alto nível de exigência, que as faz serem conhecidas como "cri-cris". Se isso tem que ser feito, não interessa se você gosta ou não, tem que ser feito...
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas duras e intransigentes, apegadas à dicotomia do certo-errado, justo-injusto, adequado-inadequado, acreditando que o esforço as faz merecedoras. Se todos fossem como eu, não teríamos de passar por isso...
Nas empresas, encontramos o Tipo 1 normalmente ligado a uma área em que seu esforço possa ser mensurado. Contabilidade, financeiro, organização e métodos são algumas das áreas comuns. Seu senso prático é muito útil nas situações em que os temas principais são a organização e a realização. Mas em sua compulsão, serão poucos aqueles que se adaptarão ao seu alto nível de exigência. Os detalhes tornam-se desproporcionais. É obvio que isto não está bom; se você se esforçasse mais, entenderia que bom é inimigo de ótimo.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 1 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Raiva) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Serenidade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do certo-errado, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 1: Lilian Witte Fibe, Luiz Carlos Prates.

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Tipo 2 - O Prestativo
Vício Emocional = Orgulho
Características Positivas
· Empáticos
· Carismáticos
· Voluntariosos
· Envolventes
Características Negativas
· Inconseqüentes
· Ingênuos
· Teimosos
· Intempestivos
As pessoas que adotaram o Tipo 2 são centradas na emoção, têm uma percepção aguda dos outros, tornando-se conquistadoras, que sabem como conseguir o que querem das pessoas. O vício emocional é o Orgulho, que, por ser inconsciente, é justificado com a atitude solícita e a auto-imagem bem-intencionada. Esta emoção sustenta um comportamento baseado na sensação de auto-suficiência e capacidade. Eu posso...
O nome Prestativo se adapta mais ao subtipo preservação; já o Sexual poderia ser chamado de Sedutor, e o Social, de Independente. De qualquer forma, a atitude comum é a de Eu posso, eu sei, eu faço. Hábeis nas relações, costumam ser conhecidos como pessoas queridas.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas centradas nos outros, que se tornam agressivas quando não atendidas. Desenvolvem uma baixa tolerância a qualquer coisa que se traduza em cuidar de si mesmos. Sofrem quando têm de pedir algo ou quando não conseguem estar à altura da imagem idealizada.
Nas empresas, encontramos o Tipo 2 normalmente ligado a uma área em que haja relacionamentos com pessoas. Vendas, RH, secretariado e áreas assistenciais são comuns. Seu alto nível de empolgação e envolvimento com pessoas cria movimento onde havia marasmo, desperta nas pessoas a vontade de se envolver. Mas em sua compulsão, tornam-se manipuladores agressivos, que cobram cada movimento que tenham feito em direção ao outro, podendo mover as pessoas umas contra as outras.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 2 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Orgulho) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Humildade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da atenção do outro ou do valor que lhes dão, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 2: Ana Maria Braga, Xuxa, Tarcísio Meira.

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Tipo 3 - O Bem-Sucedido
Vício Emocional = Vaidade
Características Positivas
· Dedicados
· Eficientes
· Objetivos
· Negociadores
Características Negativas
· Dissimulados
· Calculistas
· Impessoais
· Manipuladores
As pessoas que adotaram o Tipo 3 são centradas na ação ou no planejamento, visando reconhecimento.Têm uma visão mercantilista, que os guia na sua perseguição pelo sucesso. O vício emocional é a Vaidade, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude progressista e auto-imagem eficiente.
O nome Bem-Sucedido vem do seu apego à imagem e ao valor que ela traduz; o sucesso é um meio de conquistar valor próprio.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas frias, que disfarçam sua frieza com uma imagem humanista. São aficionadas pelo resultado, estressando todos ao seu redor em nome de uma excelência. Os fins justificam os meios...se os ventos mudaram, ajuste as velas. Andam com um taxímetro nas costas, comprometendo-se com as pessoas na justa medida em que elas se tornam úteis para alcançar as metas.
Nas empresas, encontramos o Tipo 3 normalmente ligado a áreas em que haja possibilidades de crescimento. Vendas, advocacia, administração, autônomos, consultoria e assessorias são algumas das áreas comuns. Sua capacidade de sintetizar idéias e comunicar-se gera orientação em função das metas. Mas em sua compulsão, tornam-se impessoais, exigindo das pessoas mais do que elas poderiam dar; e descomprometidos, podendo abandonar o barco diante de uma proposta mais atraente.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 3 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Vaidade) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Sinceridade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do sucesso, admiração e reconhecimento, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 3: Ana Paula Padrão, Silvio Santos, Fernando Henrique Cardoso.

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Tipo 4 - O Romântico
Vício Emocional = Inveja
Características Positivas
· Sensíveis
· Criativos
· Detalhistas
· Exigentes
Características Negativas
· Instáveis
· Críticos mordazes
· Queixosos
· Pouco objetivos
As pessoas que adotaram o Tipo 4 são pessoas centradas na emoção, são sensíveis ao ambiente e emocionalmente instáveis. A sensível percepção emocional faz delas pessoas que vêem o que a maioria não vê. O vício emocional é a Inveja, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude insatisfeita e auto-imagem de singularidade. Das 9 emoções descritas no eneagrama, a inveja é a mais incompreendida, agravando a dificuldade dos Românticos em se identificarem no eneagrama. O que facilmente reconhecem é a insatisfação.
O nome Romântico vem da comparação de sua vida com uma outra idealizada, em que Aí, sim, as coisas poderiam ser melhores. A crítica e a exigência de originalidade faz delas pessoas conhecidas como autênticas.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas centradas no que falta, indo atrás, no caso do subtipo Preservação; sendo mordazes, no Sexual; ou, ainda, queixosos, no Social. Mas a característica comum é a insatisfação. ...Se pelo menos fosse assim...
Como o foco é para o que falta e a comparação é constante, tornam-se pessoas críticas e muitas vezes irônicas. Há uma sensação básica de que foram “sacaneadas” pelo mundo ou por outras pessoas.
Vale ressaltar que os subtipos do 4 são os que mais apresentam diferenças caracteriais, parecendo Tipos diferentes entre si.
Nas empresas, encontramos o Tipo 4 normalmente ligado a uma área em que a criatividade e a originalidade possam ser expressadas. Estilismo, decoração, psicologia e jornalismo são algumas das áreas comuns. Seu senso crítico apurado e o gosto pelo diferente criam um ambiente humano, onde se deseja estar. Quando sentem liberdade para se expressar, inundam o ambiente com cores. Mas em sua compulsão, tornam-se melancólicos, carregando o ambiente com sua sensação de insatisfação. Bom dia! - Diz João - Só se for para você! - Responde Vera.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 4 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Inveja) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Equanimidade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da obtenção do que falta ou no que está fora, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 4: Paulo Coelho, Caetano Veloso, Miguel Falabella, Arnaldo Jabor.

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Tipo 5 - O Observador
Vício Emocional = Avareza
Características Positivas
· Planejadores
· Analíticos
· Ponderados
· Lógicos
Características Negativas
· Apáticos
· Distantes
· Frios
· Calculistas
As pessoas que adotaram o Tipo 5 são centradas na mente, têm uma curiosidade pelo entendimento, tornando-se planejadores extremamente racionais. O vício emocional é a Avareza, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude pouco expressiva e auto-imagem lógica e prudente.
O nome Observador vem da atitude de não-envolvimento, como se preferisse estar em segundo plano, de onde pode ver melhor sem perder seu senso crítico.
Dos Tipos do Eneagrama são os “mais na deles”; preferem estar consigo mesmos, envolvidos em atividades que só dizem respeito a si próprios.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas frias e calculistas, que crêem na mente como meio de conseguir as coisas, substituindo emoções por pensamentos. Deus colocou a cabeça mais alto que o coração para que a razão pudesse dominar o sentimento.
Preferem o racionalismo ao empirismo, não se permitindo sequer desejar algo que não seja "lógico", ou expressar sentimentos, que, por sua vez, são vistos como inadequados.
Nas empresas, encontramos o Tipo 5 normalmente ligado a uma área do planejamento. Engenharias, pesquisa e informática são algumas das áreas comuns. Sua capacidade de análise faz deles verdadeiros jogadores de xadrez, trazendo ao grupo o valor das metas de longo prazo e do planejamento estratégico. Mas em sua compulsão, tornam-se distantes e inacessíveis; com respostas curtas e diretas afastam as pessoas, mostrando pouco ou nenhum apreço pela presença delas.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 5 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Avareza) e o contato consigo mesmos por meio da virtude do Desapego da mente. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da racionalização. Aceitam e expressam mais seus sentimentos, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 5: Jorge Bornhausen, Delfin Neto, Antônio Ermínio de Moraes, Lázaro Brandão.

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Tipo 6 - O Questionador
Vício Emocional = Medo
Características Positivas
· Leais
· Gregários
· Organizados
· Comprometidos
Características Negativas
· Ansiosos
· Preocupados
· Desconfiados
· Legalistas
As pessoas que adotaram o Tipo 6 são centradas na ação ou na emoção, visando ao controle. São atentas e desconfiadas, embora não necessariamente expressem isso. Preferem se preparar a atirar-se de improviso. O vício emocional é o Medo, que, por ser inconsciente, é justificado com a auto-imagem de precavido e realista.
O nome Questionador vem da atitude desconfiada e alerta, do tipo Enquanto você está indo, eu já fui e estou voltando... No subtipo sexual encontramos a forma contrafóbica do medo, que é reconhecida com atitudes opostas ao medo, do tipo O que você está olhando ai? Vai encarar?
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas ansiosas, que sempre têm um pé atrás, que preferem o conhecido e querem se preparar para o desconhecido. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. Ou, ainda, Melhor prevenir do que remediar.
No caso dos contrafóbicos, a expressão é sempre oposta, de não se submeter ao mando de outro ou pelo menos questionar agressivamente as intenções do outro. A melhor defesa é o ataque. Enquanto você está indo, eu já estou voltando. Esta é uma atitude que encobre uma desconfiança sobre as reais intenções dos outros e uma pré-disposição a interpretar os outros como ameaça.
Nas empresas, encontramos o Tipo 6 normalmente ligado às gerências de pessoas e procedimentos. Produção, financeiro e RH são algumas das áreas comuns. Sua capacidade de perceber riscos faz deles hábeis críticos de processos, trazendo um leque de possibilidades de falhas. Além disso, são gerentes gregários, que facilmente conseguem trazer o espírito de equipe, no qual vale o Um por todos e todos por um. A lealdade é uma marca registrada deste padrão de comportamento. Mas na compulsão, tornam-se rígidos cobradores de normas e procedimentos, como maneira de garantir o controle.
Os contrafóbicos são encontrados em lideranças, assumindo riscos como colaboradores ou empresários.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 6 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Medo) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Coragem e da confiança em si mesmos. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da regra ou do que é mais lógico ou seguro. Aceitam e expressam mais suas emoções, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 6: Lula, Luiz Felipe Scolari.

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Tipo 7 - O Sonhador
Vício Emocional = Gula
Características Positivas
· Criativos
· Bem-Humorados
· Improvisadores
· Otimistas
Características Negativas
· Dificuldades com regras
· Anti-rotina
· Argumentadores compulsivos
· Pouco sensíveis aos valores dos outros
As pessoas que adotaram o Tipo 7 são centradas na mente; têm uma agilidade mental para lidar com várias coisas ao mesmo tempo, dando prioridade ao prazer. O vício emocional é a Gula, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude entusiasta e auto-imagem de hábil improvisador. Faço do limão uma limonada.
O nome Sonhador vem da grande quantidade de idéias e planos, beirando o impossível.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas superficiais, que se sobrecarregam com atividades como meio de fugir das dificuldades emocionais. O otimismo exagerado também revela pessoas que evitam o desprazer, olhando para o mundo com óculos cor-de-rosa.
Nas empresas, encontramos o Tipo 7 normalmente ligado a uma área em que não haja rotina e a criatividade seja necessária. Marketing, vendas, planejamento e negociação são algumas das áreas comuns. Seu otimismo e criatividade são muito úteis nas situações em que o tema principal é a busca de novas soluções. Mas em sua compulsão, são indisciplinados e irresponsáveis, fugindo da rotina por meio de argumentos manipuladores. Chocam-se com aqueles que são mais rígidos e querem seguir os passos previstos.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 7 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Gula) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Sobriedade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do prazer imediato, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 7: Jô Soares, Tom Cavalcante, Didi, Regina Casé.

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Tipo 8 - O Confrontador
Vício Emocional = Luxúria
Características Positivas
· Assertivos
· Objetivos
· Realizadores
· Eficazes
Características Negativas
· Insensíveis
· Autoritários
· Intimidadores
· Agressivos
As pessoas que adotaram o Tipo 8 são centradas na ação, têm uma facilidade em mandar e liderar, dando prioridade à realização. O vício emocional é a Luxúria, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude dominadora e auto-imagem realizadora. Tudo ao seu redor tem de ser intenso e desafiador, numa atitude de Dar um boi para não entrar e uma boiada para não sair.
O nome Confrontador vem da facilidade com que se posicionam a respeito do que querem, expressando-se de forma direta e objetiva, intimidando com sua aparente segurança.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas insensíveis, apegadas à força e ao poder. Dominadores agressivos, tornam-se conhecidos como verdadeiros rolos-compressores. Facilmente tendem ao exagero, desconsiderando o que os outros pensam e sentem.
Nas empresas, encontramos o Tipo 8 normalmente ligado a liderança. Este é o perfil típico do empresário megalômano, que cresce rapidamente. Seu feeling para os negócios e sua autoconfiança fazem deles pessoas que inspiram crescimento e superação. Por meio de atitudes diretas e eficazes, transformam as organizações rapidamente. Mas em sua compulsão, assumem a centralização do poder. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Ou, ainda, Será do meu jeito ou de jeito nenhum.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 8 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Luxúria) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Inocência. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do poder e da dominância, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 8: Antônio Carlos Magalhães, Eurico Miranda, Fidel Castro.

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Tipo 9 - O Preservacionista
Vício Emocional = Indolência
Características Positivas
· Calmos
· Mediadores
· Flexíveis
· Carismáticos
Características Negativas
· Indecisos
· Apáticos
· Procrastinadores
· Dependentes
As pessoas que adotaram o Tipo 9 são centradas na emoção ou na mente, têm uma atitude mediadora, dando prioridade ao bem comum. O vício emocional é a Indolência, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude tranqüila e auto-imagem conciliadora, Se cada um ceder um pouco, todos ficarão bem.
O nome Preservacionista vem da busca de preservar o status quo, evitando conflito em prol da paz e da tranqüilidade.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas apáticas, que desenvolveram um estado de anestesia para não sofrerem atritos com a realidade. Uma atitude de hiper-flexibilidade os deixa amorfos, adequando-os facilmente ao ambiente.
São pessoas que expressam serenidade e calma, mesmo não sendo estes seus sentimentos reais. A apatia emocional os deixa indecisos, a ponto de serem conhecidos como “tanto faz”.
Nas empresas, encontramos o Tipo 9 nas mais variadas áreas. Sua facilidade em se adaptar permite manterem-se em atividade por longos prazos, resistindo inicialmente a mudanças, mas adaptando-se no decorrer do tempo. Administrativo, secretariado, atendimento ao público e auxiliares são algumas das áreas comuns. Sua habilidade mediadora é muito útil nas situações em que é necessário desenvolver tarefas de longo prazo. Mas em sua compulsão, acabam cedendo para evitar o conflito. Tornam-se indecisos e procrastinadores, preferindo a realização de tarefas ao envolvimento ativo na busca de soluções – Vou me fingir de morto para sobreviver.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 9 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Indolência) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Ação Correta. Esta ferramenta os auxiliam a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais na atitude adaptativa ao meio em que estão inseridos, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 9: Dorival Caymmi, Tom Jobim, Martinho da Vila.

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* OS NOVE VÍCIOS.
Aqui você vai encontrar a descrição das 9 emoções conforme o dicionário e, segundo a abordagem do Eneagrama na condição de Vício Emocional.

1 - RAIVA: Indignação.Sentimento de cólera, de repulsa ante uma ação vergonhosa, injuriosa, injusta.
Ira: Raiva contra alguém. Desejo de vingança.
Cólera: Impulso violento, ira, irritação forte.
Ódio: Rancor profundo e duradouro que se sente por alguém. Aversão, antipatia.
Indignação por as coisas não serem como “deveriam” ser.
A Raiva quando vício emocional invalida as sensações, exigindo o que é “certo” em detrimento do que realmente se quer.

2 - ORGULHO: Conceito muito elevado que alguém faz de si mesmo; altivez, brio. Amor-próprio exagerado. Empáfia, soberba.
Soberba: Altura de coisa que está superior a outra. Orgulho excessivo; altivez, arrogância.
Afirmação de si. Eu sei, eu sou, eu faço.
Cegueira quanto às dificuldades e deficiências.
Auto-imagem engrandecida.
O Orgulho gera uma cegueira, impedindo o reconhecimento das próprias falhas e fraquezas, que conseqüentemente voltam a se repetir.

3 - VAIDADE: Qualidade do que é vão, instável ou de pouca duração. Desejo imoderado e infundado de merecer a admiração dos outros. Vanglória, ostentação. Futilidade.
Vanglória: Presunção mal fundada; bazófia, jactância, vaidade.
Jactância: Ostentação, vanglória. Arrogância. Atitude presunçosa.
Paixão pela imagem.
A Vaidade faz correr atrás de valores de uma imagem idealizada, desvalorizando o que se é.

4 - INVEJA: Desgosto, ódio ou pesar por prosperidade ou alegria de outrem. Cobiça.
Cobiça: Desejo veemente de conseguir alguma coisa. Ambição desmedida de riquezas.
Comparação, desvalorização de si em favor do que falta.
Comparação do momento de agora em favor de outro momento, passado ou futuro.
A Inveja projeta um valor fora do indivíduo, fazendo comparações e desvalorizando o presente; (...se eu tivesse; ...quando acontecer ...).

5 - AVAREZA: Apego demasiado e sórdido ao dinheiro. Mesquinhez, sovinice.
Reter: Não se desfazer de. Não deixar sair das mãos.
Represar: Reter a água. Não deixar sair, deter. Não avançar; parar, suspender-se. Conter(-se), refrear(-se), reprimir(-se).
Conter: Moderar o ímpeto de. Moderar-se, refrear-se.
Vício da retenção.
Conter-se, refrear-se, reprimir-se em favor da razão.
A Avareza gera mesquinhez, racionalizando excessivamente e empobrecendo a percepção emocional.

6 - MEDO: Perturbação resultante da idéia de um perigo real ou aparente. Apreensão. Receio de ofender, de causar algum mal, de ser desagradável.
Apreensão: Preocupação, receio, temor. Desassossego do espírito por temor do futuro.
Preocupação: Ato de preocupar ou de se preocupar. Idéia fixa. Inquietação resultante dessa idéia.
Preocupação, dúvida, busca de segurança.
Apego exagerado a valores externos, como moral, ética, religião, verdade, família, etc...
O Medo gera dúvidas sobre o que se sente e se quer, justificando algo mais seguro e confiável, agindo como um freio de mão puxado.

7 - GULA: Excesso na comida e bebida. Predileção para boas iguarias.
Avidez por variedade de sensações. Quanto mais melhor.
Paixão pelo novo, diferente, pela variedade.
A Gula faz querer tudo, causando superficialidade e baixa tolerância a rotina.

8 -LUXÚRIIA: Corrupção de costumes, lascívia, sensualidade.
Lascívia: Libidinagem.
Libidinoso: Que sente vivos desejos sensuais.
Excesso: Diferença para mais entre duas quantidades; excedente, sobra. Grau elevado. Falta de moderação; desregramento. Esforço desmedido.
Exagero, intensidade, fome de viver intensamente.
A Luxúria motiva uma intensidade exagerada, que fere o indivíduo e os outros.

9 - INDOLÊNCIA: Preguiça. Negligência. Insensibilidade, apatia.
Preguiça: Pouca disposição para o trabalho; inação, mandriice. Demora ou lentidão em fazer qualquer coisa; moleza; morosidade.
Apatia: Estado de indiferença por falta de sensibilidade, de sentimentos; indiferença.
Indolente: Que é insensível à dor. Descuidado.
Preguiça de ser.
Anestesiado a si.
Pouca vitalidade para ser.
A Indolência gera acomodação, anestesiando pouco a pouco até a perda do contato com os reais potenciais.

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* ÉTICA DO ENEAGRAMA( Stanford University )

1.Conheça a si próprio primeiro.
2.Desenvolva a aceitação e compaixão pelas diferenças entre pessoas.
3.Ajude os outros a descobrirem o seu Tipo; não lhes diga qual Tipo eles são.
4.Quando outro Tipo disparar uma reação negativa, olhe para o seu próprio Tipo, tentando encontrar a chave (compulsão). Assuma que a questão é com você.
5.Não estereotipe, não assuma que somente certos Tipos são adequados para certas posições no mundo do trabalho, ou que outros nunca poderiam fazer isso ou aquilo. Lembre-se que o Padrão de Comportamento não é tudo que somos e sim algo a ser amadurecido.
6.Esteja pronto para abrir seu coração para cada Tipo...., não sua mente crítica.
7.O Eneagrama não é um jogo de psicologia-pop. É uma realidade sobre a natureza humana. Trate-o com respeito e cuidado.
8.O melhor uso desse modelo de personalidade é começar a se libertar das limitações de seu padrão de comportamento... ir além dele, para sua natureza superior.
9.Lembre-se, não existe Tipo 10.


Fique na Luz Divina!!!

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