sábado, 8 de março de 2008

*** MOISÉS O INICIADO ESPIRITUAL DO EGITO ***

Traçarei um quadro da teogonia e da cosmogonia esotérica, em termos menos abstratos do que o de Mosseis e mais próximo do espirito moderno. Apesar do aspecto politeísta, da extrema diversidade dos simbolos, o sentido dessa cosmogonia pitagórica segundo a iniciação órfica e os santuarios de Apólo, será quando o fundo, identico a do profeta de Israel. Em Pitágoras, ela estará como que esclarecida pelo seu complemento natural: a doutrina da alma e sua evolução. Era ensinada nos santuarios gregos sob a forma do mito de Pearson. Denominavam-na tambem a "história terrestre e celeste de Psiqué". Essa história, que no cristianismo se domina "a Redenção", falta inteiramente no "Antigo Testamento". Moisés e os profetas conheciam-na, mas julgavam-na muito elevada para ser divulgada em um ensino popular e por isso reservavam-na para a tradição oral dos iniciados.
Quanto a cosmogonia de Moisés, ha nela a aspera concisão do genio semítico e a precisão matematica do genio egipcio. O estilo da narrativa lembra as figuras que ornam o interior dos templos dos Reis: direitas, secas, serenas, encerrando em sua dura nudez um impenetravel mistério. O conjunto sugere a ideia de uma construção ciclópica. Aqui e ali, como um jato de lava entre blocos gigantescos, irrompe o pensamento de Moisés com a impetuosidade do fogo iniciatico, entre os tremulos versiculos dos tradutores.
Antes de deixa-los em rapido olhar, consideramos alguns dos poderosos hieroglifos compostos pelo profeta do Sinai. Como a porta de um templo subterraneo, cada um abre para uma galeria de verdades ocultas, iluminando com suas lampadas imoveis os mundos e os tempos.
Em uma cripta do templo de Jetro, sozinho, sentado sobre um sarcófago, Moisés medita. Veem-se nas paredes e pilastras hieroglifos, representativos de nomes e figuras de deuses de todos os povos da terra. Mas Moisés nada ve do mundo exterior. Busca em si mesmo o Verbo do seu Livro, a figura da sua obra, a Palavra que será ação. Apaga-se a lampada. Diante dos olhos da alma, na escuridão da cripta, flameja este nome:

IÉVE.
A primeira letra I é branca, tal como a Luz. As outras brilham, variando na intensidade da Luz, onde aparecem todas as cores do arco-iris. Que vida estranha esses caracteres! Na letra inicial, Moisés percebe o Principio Masculino: Osiris, espirito criador por excelencia; Eva, a faculdade de conceber, a Isis celeste que faz parte de Osiris. Assim, as faculdades divinas que encerram em potencia todos os mundos, expande-se e ordenam-se no seio de Deus.
Pela sua perfeita união, o Pai e a Mãe inefaveis formam o Filho, o Verbo vivo, criador do universo. Eis, o mistério dos mistérios, fechado para os sentidos, mas mas que fala pelo sinal do Eterno, como o Espirito fala ao Espirito. O tetragrama brilha com uma Luz sempre mais intensa. Moises vê sairem do tetragrama os tres mundos todos os reinos da natureza e a ordem sublime das ciencias.
Então o seu olhar ardente concentra-se no signo masculino do Espirito Criador. Ele invoca-o para conhecer a ordem das criações e haurir na vontade soberana, a força para realizar a sua criação própria, depois da contemplação da obra do Eterno. E nas trevas reluz outro nome divino:

ELOIM.
Para o iniciado este nome significa: Ele, os deuses, o Deus dos Deuses. Não é mais o Ser recolhido nele mesmo e no Absoluto, mas o Senhor dos mundos, cujo pensamento se expande em milhões de estrelas, esferas móveis de universos flutuantes. " no principio, Deus criou os céus e a terra".
Mas no inicio, estes céus foram apenas pensamento do tempo e do espaço sem limites, habitados pelo vazio e pelo silencio: "E o Espirito de Deus movia-se sobre a face do abismo" .
Que vai sair antes de tudo do seio do abismo? Um Sol? Uma Terra? Uma Nebulosa? Uma qualquer substancia do mundo visivel? Não! O que primeiro surge foi Dar, a Luz. Não a Luz fisica e sim a Luz intelectual, nascida do estremecimento da Isis celeste no seio do infinito, alma universal, Luz astral, substancia do que são feitas as almas, onde elas flutuam como em fluido etéreo, elemento mediante ao qual o pensamento se transmite a distancias infinitas, Luz Divina, anterior e posterior a todos os sois. No começo, ela se expande-se no infinito, é o poderoso respir de Deus. Depois reflui sobre si mesma, em um movimento de amor, profundo aspir do Etérno. Nas ondas do éter divino, como sob um véu translucido, palpitam as formas astrais dos mundos e dos seres. Para o Mago-Vidente, tudo isso se resume nas palavras que ele pronuncia e que reluzem nas trevas em caracteres resplandecente.

RUAH ELOIM AÔR.
"Que Luz seja feita, e foi feita a luz!"O sopro de Deus é a luz.
Do seio dessa primitiva luz imaterial brotam os seis primeiros dias da Criação, isto é, as sementes, os principios, as formas, as almas de vida de todas as coisas. É o Universo potencial, antes da palavra, segundo o Espirito. E qual é a última palavra da Criação, a formula que resume o Ser em ato, o Verbo vivo em que aparece o pensamento primeiro e último do Ser absoluto?

ADÃO E EVA
O Homem-Mulher. Este símbolo não representa de modo nenhum o primeiro par humano em nossa terra, como se ensina nas nossas igrejas e segundo acreditam nossos exegetas, mas Deus em ato no universo e o gênero humano tipificado, a Humanidade universal em todos os céus. "Deus criou o homem a sua imagem. Criou-o macho e fémea"Esse par divino é o verbo universal, mediante o qual Iavé manifesta sua própria natureza através dos mundos. A esfera onde ele habita, que Moises alcançou com seu pensamento poderoso, não é o jardim do Éden, o legendario paraiso terrestre, mas a esfera temporal, sem limites de Zoroastro, a terra superior de Platão, o reino celeste universal, Hedem, Hadama, substancia de todas as terras.
Qual será a evolução da Humanidade, no tempo e no espaço? Moisés percebe-a sob forma resumida na história da queda. No Gênese, Psique - a alma humana - chama-se Aich, outro nome de Eva. Sua patria é Chamado, o céu. Lá, ela vive feliz, inconsciente dela
mesma.
Goza o céu sem entende-lo. Para compreende-lo, será necessario esquece-lo, depois recorda-lo. Para ama-lo, é necessario perde-lo e reconquista-lo. Alterada para o tenebroso abismo, pelo desejo do conhecimento, Aichá deixa-se se cair. Deixa de ser alma pura , revestida de éter. Envolve-se de matéria e entra no sirculo das gerações. Aichá vive no par despido, indefeso, em terra selvagem, sob o céu inimigo, onde ruge a tempestade. E o paraiso perdido? Adiante e atrás estende-se a imensidade do céu velado.
Moisés ve as gerações de Adão, no Universo Considera os destinos terrestre do homem, vê os ciclos passados e o presente. Na Aichá terrena, reluzira outrora a conciencia divina com o fogo de Agni, no pais de Cuche, nas vertentes do Himalaia. Mas esta prestes a extinguir-se na idolatria, sob as paixões infernais, entre povos inimigos, e deuses que se entredevoram. Moisés jura a si mesmo acorda-la pela instituição do culto de Eloim.
O homem individual e a humanidade coletiva deviam ser a imagem de Iavé. Onde encontrar o povo em que se encarnará Iavé e que a de ser o Verbo vivo da humanidade?
Tendo idealizado o seu livro, imaginado sua Obra, tendo sondado as trevas da alma humana, Mosés declara guerra a Eva terrestre, a natureza fraca e corrompida. Para esse combate, em que a levantará, evoca o Espirito, o Fogo originario todo poderoso, Iave, sentindo-se abrasado em seus efluvios, que lhe conferem uma tempera de aço. Ja não se chama Moisés. Seu nome é Vontade. No fundo silencio da cripta negra, Moisés ouve uma voz, saindo das profundezas da sua conciencia, vibrando como a Luz e que lhe diz: "Va a montanha de Deus! Vai ao Horebe!" ... mais isso ja é uma outra historia, quis aqui demonstrar a visão de um iniciado, quando consegue obter luz em sua propria alma, pois ela pode ver muito mais doque uma simples conciencia encarnada pode ver. E digo mais vale apena, seja qual for a pessoa em tentar achar em si mesmo a fonte da Luz, pois ela existe dentro de cada um de nos, seremos eterno como sempre fomos ...

Fique na Luz Divina !!!

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