sábado, 30 de maio de 2009

* TROCA DE ENERGIAS - Uma Mulher que Pensou*


Muito interessante esse conto de Lílian Saldanha!
Sei de algumas Mulheres q já passaram por isso ante, pena q não tiveram a mesma ideia brilhante, espero q vcs gostem ... eu gostei! ..... hehehe.......




“Adoro essa troca de energias”

Sexta-feira, Brasília amanhece abafada, fazendo Adriana perceber o quão diferente é o clima de sua nova cidade. Ela termina de ler seus e-mails quando o telefone toca. Inesperadamente é o Editor de uma revista local marcando uma entrevista de trabalho para as 11h daquele mesmo dia. O local, a casa dele.

Adriana desliga o telefone e começa a se trocar. Achou meio estranho e inconveniente ir até a casa do Editor, mas sabia que alguns jornalistas mais conceituados tinham sempre maiores regalias. E, de mais a mais, ela havia chegado à cidade há apenas um mês e estava em busca de novas oportunidades. Não podia se dar ao luxo de ficar escolhendo empregos, quanto mais entrevistas.

Apressada em não se atrasar para o encontro, Adriana pega o primeiro ônibus que passa e segue ansiosa até o local indicado. Ainda não sabe se localizar direito na cidade, mas com a ajuda do cobrador saberá exatamente onde descer e por onde seguir. Mesmo assim, decide ficar observando as ruas e as placas indicativas. Melhor não confiar tanto assim na bondade dos outros. Antes ser precavida que perder o emprego.

Chegando ao prédio residencial, o porteiro indica o elevador social e avisa ser o 4º andar. Adriana entra e espera a porta se fechar para dar os últimos retoques na maquiagem. Uma voltinha na frente do espelho para ver se a roupa está adequada. Ela está impecável num terninho risca de giz, que se completa com a maquiagem suave escolhida para aquele final de manhã.

– Bom dia, entre. A senhora pode esperar ali. O senhor Ronaldo já lhe atenderá. – fala a empregada, apontando a sala de estar.

Adriana escolhe uma poltrona preta próxima à janela e fica observando os detalhes sutis da decoração. Com certeza aquele era um apartamento de luxo. A começar pelo bom gosto das peças em cerâmica pós-moderna, contrastando com os móveis clássicos.

– Bom dia, você deve ser Adriana. Eu sou Ronaldo, muito prazer. – fala, estendendo a mão.

– Muito prazer.

– Adriana, chamei você aqui porque estou precisando de uma profissional que trabalhe na área de marketing da minha revista. Estamos carentes de novos anunciantes e eu estou em busca de alguém que possa sair a campo atrás de novos parceiros. A revista possui muitos leitores então não será um trabalho muito difícil.

– Não tenho experiências com vendas, mas estou em busca de novas oportunidades. Então, vale a pena tentar. Não garanto que dê certo, mas há sempre uma possibilidade. – enfatiza Adriana, tentando disfarçar o desapontamento por não ser chamada para trabalhar como jornalista da Revista.

– E você veio para Brasília com algo já acertado?

– Não, vim para procurar emprego e estudar. Mas não havia nada acertado.

– E sua família pensa o que de tudo isso?

– Eles me apóiam 100% em tudo que eu decidir fazer.

– E o namorado? Com certeza, bonita desse jeito, deixou alguém apaixonado por lá.

– Não, não estava namorando antes de vir para cá.

– E já está namorando?

– Não, ainda nem deu tempo de conhecer a cidade e as pessoas. Estou indo com calma.

– Mas linda desse jeito logo achará alguém. Tenho certeza de que pretendentes não faltam.

Adriana começa a ficar em jeito. Para uma entrevista de emprego, aquela conversa estava mais para uma cantada ou coisa do tipo. O rosto em um rubor discreto e as mãos geladas demonstram certo constrangimento com relação ao rumo que as coisas estavam tomando. Seu olhar já não é mais fixo em Ronaldo e sim disperso pela sala de estar, meio que uma tentativa de fazê-lo perceber, de forma sutil, que o assunto estava fugindo do objetivo principal do encontro.

– Façamos assim, vou dar-lhe o final de semana para pensar na proposta e segunda-feira nos encontramos para discutir o assunto com mais calma. – fala, levantando-se e estendendo novamente a mão.

– Tudo bem. Vou analisar detalhadamente a proposta. – responde Adriana, apertando-lhe com firmeza a mão.

Mas, para seu espanto, Ronaldo solta a mão e a puxa ao seu encontro. Aquele não era apenas um abraço qualquer. Era um afago íntimo que não seria tão repugnante se não fosse dado por uma pessoa completamente desconhecida. Adriana sentia seu rubor aumentar e começava a suar frio tamanho constrangimento. Não sabia como reagir. Fora pega de surpresa por aquele velho, gordo e calvo.

– Gostei de você. Inteligente, simpática, bonita. Com certeza vamos trabalhar muito bem juntos. – enfatiza, soltando-lhe por alguns instantes e lhe agarrando novamente, sem dar tempo para fugir.

Mais uma vez Adriana estava ali parada, braços abaixados, completamente sem jeito. Suas mãos não eram as únicas a estarem suadas, ela toda estava destilando um nervosismo sem tamanho. Nunca passara, em três anos de profissão, por um constrangimento dessa natureza. Sabia da existência desse tipo de assédio, mas acreditava nunca precisar passar por isso. Agora estava ali completamente boquiaberta sem saber como proceder.

– Ah, eu adoro essa troca de energias! – exclama Ronaldo, dando-lhe um beijo na face vermelha.

Adriana, então, consegue achar uma brecha e se desvencilha daqueles braços gordos e moles que a envolvem. Prontamente passa de mão na pasta, onde colocara alguns trabalhos realizados por ela, e se dirige à porta. Precisava ir embora o mais rápido possível. Não estava mais agüentando o constrangimento daquele momento. Não sabia mais como reagir e o que falar. O melhor mesmo era ir pra casa e respirar aliviada.

– Espera mais um pouco. Deixa eu te mostrar alguns quadros que eu tenho na sala de TV. – fala Ronaldo, puxando-a pela mão e a levando até a outra saleta.

– Os quadros são muito bonitos, mas eu realmente preciso ir. Tenho um compromisso marcado e não posso adiar. – enfatiza, já se encaminhando para a porta de entrada.

– Tudo bem, então podemos tomar um vinho no sábado à noite. Acho que não viajarei e então podemos antecipar nossa reunião. Você vem aqui novamente e a gente conversa animadamente, tomando um vinho de boa qualidade e escutando uma excelente música.

– Realmente preciso ir agora. Foi um prazer conhecê-lo. Falamos no sábado à noite então. Umas 21h?

– Combinado.

Encontro marcado, Adriana chega à casa de Ronaldo. O ambiente está preparado. Vinhos e taças estrategicamente posicionados ao lado do sofá branco, Celine Dion tocando baixinho e uma meia luz. Tudo demonstrando que aquele não era um encontro de negócios. Estava mais para uma noitada de sábado à noite.

– Você está ainda mais linda hoje. – elogia Ronaldo, pegando as taças de vinho.

– Obrigada, quis estar impecável para nosso encontro de negócios. – responde Adriana, deixando escapar um sorriso malicioso.

Ronaldo, aparentando ter gostado da atitude, parte para cima dela. Coloca as mãos em sua cintura, puxando-a para si. Dá-lhe um abraço apertado idêntico aos que ela ganhara no dia anterior. E, quando se aproxima de sua boca para lhe beijar, Adriana faz um sinal de negação e se afasta.

– Preciso ir ao banheiro antes. Não demoro. – fala, deixando a taça de vinho sobre a mesa de centro e se dirigindo ao banheiro que Ronaldo acaba de lhe apontar.

Adriana sabia bem o que o Editor estava querendo. Não achava correta a atitude dele. Mas estava disposta a dar uma lição em Ronaldo para que ele nunca mais usasse seu poder e influência para assediar as possíveis funcionárias. Afinal, ela era jornalista e não garota de programa. Se fosse vender seu corpo em troca de alguma coisa, com certeza não seria apenas por um emprego de vendedora de anúncios.

De repente a porta do banheiro se abre e Ronaldo prontamente dá um salto do sofá. Subitamente o sorriso largo em seu rosto vai sendo substituído por um ar de incredulidade. Adriana observa satisfeita a reação que causara. Em menos de 15 minutos ela se transformara na sósia da mulher-gato: bota de cano longo, macacão de couro preto, chicote e algemas.

– Agora é comigo, gostosão! – grita Adriana, pegando Ronaldo pelo braço e o algemando na corrente do vaso de samambaia que se encontrava preso ao teto.

Chicote em punho e fisionomia que em nada lembrava a menina doce que estivera naquela casa outro dia, Adriana coloca uma venda nos olhos e na boca de Ronaldo. Com um sorriso sádico, ela abaixa as calças dele, dando chicotadas em sua bunda gorda.

– Ahhhhh, eu adoro essa troca de energias!!!


Muita "LUZ" e Bjks!!!

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